Discutindo a segurança nas escolas, vereadores da situação e da oposição voltam ao confronto na Câmara Municipal

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O grande expediente da sessão de quarta-feira (12), na Câmara Municipal, levou à tribuna quatro vereadores, pela ordem, Luís Lacerda, Darlan Almeida, Daniel Barros e Charles James, que resultou em nova parelha de disputa nas argumentações que estão acontecendo desde o início do semestre entre vereadores da situação e da oposição.

Os vereadores oposicionistas Luís Lacerda e Daniel Barros procuraram fragilizar a gestão municipal, responsabilizando-a, dentre outros assuntos, por não estar dando a devida atenção à segurança das escolas e dos alunos do município. No entanto, logo foram surpreendidos pelo colega Darlan Almeida, da base do governo, que trouxe informações da reunião organizada pela Secretaria Municipal de Educação, da qual participaram, além dele, o prefeito Fábio Gentil (Republicanos), secretários municipais, como o secretário municipal de Segurança, e o comandante da Polícia Militar, exatamente discutindo a situação durante toda a tarde de quarta-feira(12).

Ver. Darlan Almeida (PL)

Luís Lacerda, primeiro a falar da tribuna, voltou a dizer que a cidade está largada, que as coisas não estão funcionando, que a Câmara Municipal reclama, mas o prefeito Fábio Gentil (Republicanos) não dá atenção a nada. “Continuamos assistindo aos despejos por falta de pagamento de aluguel dos órgãos da gestão municipal. E quando se cobra do gestor, recebemos ataques da base aliada, atacando-nos até na estrutura familiar. Nós estamos aqui para defender os interesses da população e não da gestão. Já fui acusado até de ser um Dom Juan, mas seria ruim se fosse chamado de Rei do Gado, de Tufão, porque nunca precisei pagar para ter sexo. Humilhante é ver o povo nessa situação. Também os colegas da situação precisam ficar atentos para a eleição de 2024, porque o secretariado do gestor vem para cima da sua base, aqui na Câmara, como um rolo compressor”, disse.
O vereador ressaltou que a CMC tem 19 parlamentares, mas só foi atacado por um pequeno grupo, que tenta denegrir sua imagem perante a população. E indagou: “Qual foi o custo dessas atitudes para defender o interesse da administração? 2024 dirá quem está certo!”. Na sua opinião o prefeito vem mentindo seguidamente para a população, e a última mentira foi dizer que acompanhava a assistência médica que a sua mãe recebia em uma UTI, para não participar da audiência pública do aterro sanitário. “Por isso, não podemos esquecer que estamos aqui para defender a população, o povo lá do Carro Velho e do Teso Duro”, continuou.

Ver. Luís Lacerda (PCdoB)

Lacerda recebeu aparte do vereador Catulé, atestando que o comportamento do colega sempre foi exemplar na comunidade, e do vereador Daniel Barros, indagando porque ainda não tinha ouvido nada a respeito sobre o que pensa o prefeito de Caxias do atentado de um aluno do povoado Sítio. O líder da oposição, dizendo apoiar inteiramente a iniciativa do colega Darlan Almeida em propor que o município compre detectores de metais para as escolas, pediu a reentrada do seu projeto de lei que obriga o município a adquirir fardamento e material escolar para as cerca de 35 mil crianças das escolas do município, que foi rejeitado, ressaltando que a sua iniciativa também é muito importante para melhorar a qualidade do ensino em Caxias. Falando também do parlatório, em seguida, o vereador Darlan Almeida anunciou no plenário que tivera a satisfação de participar naquela tarde de uma reunião em que estavam presentes o prefeito municipal, a secretária de Educação, secretários municipais, o secretário Municipal de Segurança e o comandante da Polícia Militar, exatamente buscando oferecer mais segurança à cidade e às escolas de Caxias.

Admitindo que o assunto é a uma situação muito complexa, porque envolve vários fatores distintos, o parlamentar argumentou que uma das preocupações que emergiram na reunião é a forma maldosa do uso de fake news na cidade, e citou a notícia espalhada nas redes sociais de que a Escola Inácio Passarinho, localizada no Morro do Alecrim, que supostamente estava sendo vítima de uma atentado, levando policiais militares desnecessariamente para aquela unidade. Segundo Darlan, o próprio comandante da PM admitiu que tais ações são premeditadas, uma vez que pessoas se utilizam maldosamente do clima de tensão nas escolas que está atemorizando o país.
Para o vereador, o que foi tratado na reunião será importantíssimo para Caxias, e já estão sendo gestadas diretrizes que irão melhorar a segurança de um modo em geral, inclusive com a garantia do prefeito de dotar, em princípio, pelo menos dois detectores de metal para inibir a entrada de armas brancas e de fogo em cada escola do município, assim como oferecer fardamento padrão aos vigias desses prédios públicos.

Ele parabenizou a secretária municipal de Educação Ana Célia Damasceno por ter organizado a reunião, mas deixou claro que o período ainda é de inquietação, tendo em vista que nas redes sociais já está marcado que no próximo dia 20 de abril será o dia do massacre nas escolas de Caxias. Darlan recebeu apartes dos vereadores Luís Lacerda, Torneirinho e Antônio Ramos, durante o seu pronunciamento.

Torneirinho, olhando a questão da segurança nas escolas de Caxias por outro viés, considerou que as famílias também estão comprometidas, em razão de muitos pais não saberem o que os filhos estão fazendo, tanto em casa como na escola. “Há pais que acham que a educação de casa são os professores que devem ensinar. Mas é a família que tem que saber criar seus filhos. Quando os professores, às vezes, querem corrigir, chegam até a ser chamados na justiça e, além do mais, as redes sociais estão impregnadas de contestadores que se aproveitam, levando suas mensagens a quem já tem predisposição para cometer atos ilícitos”, salientou.

Ver. Torneirinho (PV)

Ramos, por sua vez, enfatizou ao colega que o tema é complexo e todos os recursos são importantes e devem ser utilizados imediatamente e com presteza. Carteiras de estudante, por exemplo, devem ser providenciadas para os alunos poderem ter acesso às escolas, assim como substituir as cercas de arame que guardam a maioria das escolas rurais por muros altos. E, mais importante: que as autoridades mobilizem os serviços policiais de inteligência, dado que a militância que prega o caos nas escolas busca em primeiro lugar notoriedade, para o caso ser levado ao país inteiro.

Ver. Antônio Ramos (Republicanos)

O vereador Daniel Barros referindo-se aos atentados que aconteceram no país, no Maranhão e até no município, destacou que segurança é um fator preponderante tanto nas cidades como nas escolas e que é dever das autoridades estarem atentas para resolver o problema. Em relação a Caxias, ele se mostrou surpreso por até o momento o gestor municipal, que representa toda a população, ainda não ter feito qualquer pronunciamento a respeito do incidente na escola do povoado Sítio, onde um aluno quase cometeu homicídio contra professores e colegas, mas depredou o estabelecimento e depois foi conduzido pela polícia militar a um órgão de resocialização em São Luís, onde se encontra.

Ver. Daniel Barros (PDT)

Para o parlamentar, no entanto, a segurança na escola começa primeiro pela conscientização dos pais dos alunos. Os pais, além de acompanharem na educação de casa, têm que saber o que os filhos estão vendo na internet, quais os jogos que costumam participar, e eles próprios é quem devem dar conselhos dentro do lar. Contudo, em seu entendimento, chegou a hora da Câmara de Caxias chamar a secretária de Educação do município, para saber o que está sendo feito pelos 35 mil alunos que hoje integram a sua rede de ensino básico.

Barros observou que a cidade tem uma guarda municipal, que poderia sim participar de um sensação de segurança em Caxias, mas não tem como fazer isso, porque os coletes de proteção estão vencidos, não dispõe de armamento, um contexto bem diferente do que ocorre na vizinha cidade de Timon, que no passado copiou a iniciativa caxiense, mas hoje está muito além das condições da guarda de Caxias, tanto em número de veículos, efetivo, equipamentos e até dispõe de alimentação em regime de 24 horas, para que aquela cidade não fique sem proteção. “Está faltando atitudes de quem executa e tem o poder de mando”, protestou.

O vereador oposicionista falou também em nome dos concursados do município, os quais, na sua avaliação, estão se sentindo lesados por diretores de escolas na zona rural que os veem como adversários, agora que foram contratados pela gestão municipal. Reclamou que os semáforos da cidade não funcionam, ao ponto de visitantes acharem que estão na Índia – cujo trânsito na maioria das cidades é caótico -, tamanha a desorganização que impera na área central de Caxias. E fechou sua participação denunciando os despejos por falta de pagamento do prédios do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) da Secretaria Municipal de Saúde e do CRAS do bairro Pirajá.
Daniel Barros foi aparteado em sua fala pelos colegas Antônio Ximenes, Professor Chiquinho e o presidente Ricardo Rodrigues.

Ximenes explicou que é o prefeito da cidade é muito importante na situação, mas ele não irá resolver de todo esse problema nas escolas de Caxias. Primeiro, porque as pessoas que cometem agressões nas escolas estão doentes, e, se forem alunos, os pais têm que acompanhar o estado mental das crianças e adolescentes que estão na escola. Depois, porque quem comete esse tipo de delito também pode estar ligado a drogas.

Ver. Antônio Ximenes (Repúblicanos)

Professor Chiquinho opinou que não vê com muito bons olhos o uso de armamento para a segurança das escolas, porque entende que vigilantes e guardas têm que estar preparados para portar uma arma. Para ele, é uma faca de dois gumes a presença de armas, porque a previsibilidade de uso é uma situação real muito perigosa caso uma arma seja disparada em local de muitos estudantes e professores.

Ver. Professor Chiquinho (Republicanos) 1° Secretário da CMC

Já o vereador Ricardo Rodrigues se manifestou sobre a questão dos concursados que já foram contratados pela Secretaria de Educação. Para ele, até onde vai o seu conhecimento, o que está acontecendo é que parte dos novos contratados, exatamente aprovados no último concurso público da prefeitura, não estão cumprindo a carga horária nas escolas, principalmente nas unidades da zona rural. Essas lacunas, segundo ele, que prejudicam o andamento normal das aulas, estão sendo sentidas pelas diretorias de muitas escolas, e o fato enseja que estejam muito incomodadas com a situação que para elas é muito desagradável. “Quero ver depois esse pessoal vir até à Casa do Povo, que muito fez para que os concursados fossem chamados, reclamar que foram devolvidos pelas diretorias para a administração!”, observou Ricardo Rodrigues.

Presidente da CMC ver. Ricardo Rodrigues (PT)

Fechando o grande expediente, o vereador Charles James, após parabenizar a indicação do vereador Darlan ao executivo sugerindo que o município instale detectores de metais nas escolas, refletiu sobre esse triste momento que enfrentam as escolas em todo o Brasil. Na sua concepção, o congresso nacional deve imediatamente editar leis contra pessoas que produzem fakes news, a exemplo dessas exortações para invasões de escolas e outros malefícios que estão todos os dias na internet.

Para ele, é lamentável dizer que a sociedade brasileira está muito doente, tanto do ponto de vista social, espiritual, como mentalmente. Mas ressaltou, no entanto, que ficou muito feliz com a reunião organizada pela Secretaria de Educação em busca de soluções, assistiu o prefeito autorizar a licitação para adquirir os equipamentos de segurança necessários para as escolas. E, por entender, que os vigias devem trabalhar com vestes convenientes, defendeu que a eles sejam dadas roupas padronizada no trabalho escolar. Na concepção do líder do governo na CMC, o legislativo tem o dever de convocar uma nova audiência pública para discutir a segurança de Caxias, porque para ele o problema não está só nas escolas, está também nas ruas, onde é preciso mais policiamento em determinados setores, ampliar a quantidade de câmeras de segurança e levar mais iluminação pública a pontos onde elementos criminosos se concentram para assaltar e atemorizar a população.

Ver. Charles James (Solidariedade)

Charles James foi aparteado por Darlan Almeida, que reforçou suas palavras dizendo que os ataques a órgãos, logradouros públicos e escolas, hoje, no mundo, têm por base a internet, que precisa ser melhor disciplinada. E, depois, pelo vereador Gentil Oliveira, para o qual é importante realizar tudo o que puder ser feito para a comunidade ter segurança, embora as autoridades não se esqueçam de olhar a internet com mais cuidado. “Precisamos ficar atentos para o já conhecido efeito manada, no qual as pessoas que já tem determinadas pretensões ficam ainda mais estimuladas pelas notícias que são veiculadas pela mídia”, alertou.