Na sessão ordinária dessa segunda-feira (28), a Câmara Municipal de Caxias (CMC) aprovou projeto de lei complementar que dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para elaboração e execução da Lei Orçamentária para o Exercício Financeiro de 2022, proposto pelo poder executivo municipal, homenageou na data o Dia Internacional do Orgulho LGBT (Orgulho Gay) e, por unanimidade, os parlamentares repudiaram os ataques que consideram infundados, sobretudo através das redes sociais, contra a atual gestão municipal e o próprio poder legislativo caxiense.
A sessão iniciou com uma homenagem do presidente da casa, vereador Teódulo Aragão (PP), pelo transcurso na data do Dia internacional do Orgulho LGBT, ressaltando que o legislativo municipal entende ser necessário conscientizar a população caxiense sobre a importância do combate à homofobia para a construção de uma sociedade mais livre de preconceitos. As palavras do presidente ganharam reforço com as manifestações que os vereadores professor Chiquinho (Republicanos), Ângela Machado (PTC) e Cynthia Lucena (PP), teceram sobre o tema durante o pequeno expediente.
Para a vereadora petecista, que disse apoiar o movimento independentemente de preconceito, as pessoas de todos os gêneros devem atuar onde quiserem na vida moderna. Ela lembrou na ocasião que recebeu apoio do movimento na sua última eleição, deixando claro que para onde o movimento LGBT se inclina as candidaturas são vitoriosas, e prometeu levar adiante o Projeto Casa do Arco-Íris, que se consolidará com a instalação de uma casa de acolhimento para pessoas discriminadas em Caxias. Professor Chiquinho, por sua vez, homenageou o movimento em nome do seu correligionário de campanha Edilson da Cohab, que é um dos seus coordenadores. Ele enfatizou que por ter sido por três anos consecutivos padrinho das paradas da diversidade realizadas em Caxias, conhece a fundo o trabalho que o movimento vem desenvolvendo por direitos iguais no município.
Pequeno Expediente
Por mais de uma hora, dez parlamentares usaram da palavra no pequeno expediente. O vereador Antônio Ramos (Republicanos), por exemplo, falou a respeito dos requerimentos que protocolou da data, citando a reforma e alargamento das avenidas Santos Dumont e Dr. Humberto Coutinho, a partir da ladeira do Barata até a rua Aluízio Lobo, uma melhoria para dar segurança à circulação de pedestres e ciclistas, e mais a inserção de lâmpadas de led na iluminação pública dos povoados Santo Antônio, Barro Vermelho e Boca da Mata, que hoje está muito deficiente naquela área da zona rural. Ele agradeceu o apoio recebido do prefeito Fábio Gentil (Republicanos) às suas solicitações e disse que atualmente é o vereador caxiense que mais tem trabalhado para aperfeiçoar a iluminação pública no município.
Orador seguinte, Gentil Oliveira (PV) elogiou o trabalho que vem sendo realizado pela saúde pública do município, sobretudo na vacinação dos caxienses. Recém-vacinado na semana passada, ele, que chegou a ser contaminado com o covid-19 em março passado, conclamou a população a não perder a oportunidade de se vacinar para que Caxias possa controlar a pandemia. O vereador fez elogios ao serviço municipal de limpeza pública, pelo trabalho realizado no bairro São Francisco, a seu pedido, e criticou a ação de uma loja da cidade por se desfazer de lixo em local inapropriado, registrada em flagrante de uma câmera de popular anônimo, denunciando os sujões da cidade.
O vereador Luís Lacerda (PCdoB) participou da sessão, inicialmente, parabenizando o vice-governador do Estado, Carlos Brandão (PSDB), que na semana passada protagonizou, durante visita a Caxias para receber o título de cidadania honorária caxiense, uma ação de ressocialização aos detentos da penitenciária da cidade, através da instalação de uma fábrica de pré-moldados, iniciativa que considerou brilhante da parte do governo estadual. O parlamentar, que revelou ter entregue ao vice-governador uma reivindicação para os bairros Ponte e Cangalheiro virem a se interligar futuramente, elogiou a campanha municipal de vacinação em curso para maiores de 29 anos e gestantes. Para Lacerda, o município precisa insistir para as gestantes se vacinarem contra a covid-19, acentuando ser este o único meio seguro de proteção à mãe e à criança prestes a nascer. Ele destacou também o cuidado da secretaria municipal de Saúde em assegurar transporte para as gestantes se locomoverem aos locais de vacinação, tanto na sede do município quanto na zona rural.
Publicações infames
Darlan Almeida (PL), em sua participação, foi o primeiro da manhã a afirmar que alguns blogs estão exagerando nas publicações críticas que estão fazendo contra as autoridades do município. Ele se solidarizou com o vereador Teódulo Aragão, por ter sido alvo de comentários que considera torpes, infames, e ressaltou que o presidente da CMC não agiu diferente do que fazem todos os políticos caxienses na eleição que lhe deu o primeiro mandato, os quais, em época de campanha, em busca do voto, andam pelo município abraçando todos os eleitores, sem fazer classificação de pessoas por religião, cultura, mas procurando apoio em todas classes sociais. O vereador elogiou o trabalho de vacinação contra a pandemia que está em curso no município, parabenizou o prefeito Fábio Gentil e sua equipe por estarem cumprindo fielmente a vacinação e convocando o povo de Caxias a se vacinar, inclusive a partir da faixa etária de 29 anos de idade, mas creditou as remessas de vacinas que têm chegado ao Maranhão, e aos caxienses, ao grande esforço que ora está fazendo o presidente Jair Messias Bolsonaro em todo o país, levando imunizantes para todos os pontos do território nacional e, em especial, à região nordeste, onde muitos governadores são contra a política do presidente da República.
Braços cruzados
Cynthia Lucena (PP) agradeceu ao secretário de Obras, Murilo Novaes, pela operação tapa-buracos que foi empreendida na travessa Santo Antônio, no bairro João Viana, e voltou a chamar a atenção para os problemas que muitos caxienses enfrentam por não disporem de uma agência do INSS na cidade. A vereadora disse que o assunto já foi tema de pronunciamentos de outros colegas na casa, como os vereadores Catulé, Darlan e Gentil Oliveira, e lamentou que os deputados eleitos por Caxias, especialmente na área federal, estejam de braços cruzados desde que o corpo de bombeiros interditou o prédio do órgão na avenida Otávio Passos, por falta de condições de funcionamento. Ela reivindicou verbalmente à prefeitura que instale iluminação pública no povoado Barcelona, região do povoado Engenho d’Água, onde cerca de 30 postes de energia precisam receber luminárias para garantirem a circulação segura das pessoas no período noturno.
Atenção para desmatamentos
O vereador Charles James (Solidariedade), discursando em seguida, assegurou que o problema da falta de iluminação pública, se é visto na cidade, ocorre com mais frequência na zona rural do município. Ele pediu que o governo municipal atente para problema, enfatizando que todos pagam taxa de iluminação pública e não podem ser esquecidos, principalmente as pessoas que têm dificuldade para honrar suas taxas em dia. O parlamentar chamou também a atenção do plenário para os muitos casos de desmatamento que estão ocorrendo na região de Caxias, os quais, no seu entender, estão acabando com as matas e a fauna.
Segundo ele, tem muita gente comprando terras no município, devastando as matas e mandando os moradores irem embora, e as Comissões Permanentes de Agricultura e de Meio Ambiente da CMC devem tomar uma atitude, conversar com o pessoal do IBAMA, para que Caxias tome uma decisão em relação a isso, haja vista que nem é sabido se estão fazendo algum tipo de proteção à mata ciliar nas áreas em processo de desmatamento e a população não pode continuar desassistida. Charles James falou ainda das visitas que fez às unidades básicas de saúde da cidade, apontando que em alguns bairros elas funcionam de forma satisfatória e em outros não, uma vez que há médicos que realizam cerca de 17 atendimentos por dia, enquanto outros recebam não mais do que seis pacientes, prejudicando a assistência aos usuários do sistema municipal de saúde.
Iluminação precária na zona rural
Fazendo também uso da palavra, o vereador Torneirinho (PV) ressaltou em plenário que o grande problema do serviço de iluminação pública de Caxias está concentrado no fato de que há atualmente somente um veículo para resolver as demandas da cidade e da zona rural. Para ele, a demanda para soluções de problemas beira a casa dos 60 por cento na zona rural e, assim mesmo, o veículo que a Citèlum dispõe nem é apropriado para andar no interior do município. O vereador falou também do projeto de lei que vem lapidando em parceria com o vereador professor Chiquinho para incluir a secretaria de agricultura do município entre os órgãos ordenadores de despesa, afim de que a mesma possa ao menos arrecadar recursos para manter a sua estrutura em funcionamento e continuar atendendo os trabalhadores rurais.
Torneirinho, que em sessão anterior denunciara precariedade nos serviços prestados pelo hospital infantil do município, revelou na sessão que os problemas da unidade hospitalar com ar condicionado já foram sanados e que a mesma está passando agora por uma reforma. Ele parabenizou os funcionários pelo alto grau de humanização, para ele uma situação muito positiva para Caxias. No entendimento do parlamentar, em Caxias, vereador está realizando o papel de deputado, pois enquanto os edis locais correm atrás das autoridades estaduais, buscando ajuda para a saúde do município, os deputados da região apenas denunciam, falam que tudo está ruim, mas nada fazem pela cidade.
Denúncias sem fundamento
Após a intervenção do vereador Torneirinho, outro tema passou a dominar o clima da sessão e se estenderia por todo o grande expediente, minutos mais tarde. Ele principiou com a breve exposição do vereador Mário Assunção (Republicanos) no pequeno expediente, ao enfatizar que a gestão municipal, o legislativo e as próprias pessoas da comunidade passaram a ser alvo de insinuações maldosas e denúncias sem fundamentação nas redes sociais da cidade, nos últimos dias, muitas delas chanceladas por denunciantes sem a menor condição moral para emitir qualquer juízo de valor na comunidade. Assunção lembrou da situação que passou a sua tia, a professora Lacy Assunção, secretária Adjunta de Educação do município, e disse que, assim como o vereador Catulé (Republicanos), ele praticamente todos os dias recebe agressões através de ilações, embora admitindo que tais fatos só ocorrem porque conquistou a credibilidade da população. “A pessoa só joga pedra em árvore que tem frutos. Então, não temos que continuar fazendo o nosso trabalho, fazendo o nosso papel, porque quem nos avaliou, quem nos outorgou o direito de estar aqui, foi o povo. E é a ele que a gente deve satisfação, e construir políticas públicas que irão atender o povo de Caxias”, declarou na oportunidade.
Participando depois, o vereador Antônio Ximenes (Republicanos) disse que durante a semana acompanhou pelas redes sociais ataques fulminantes contra o prefeito Fábio Gentil. Ele explicou que conhece o prefeito de longa data, é amigo da família, vizinho, e por isso não podia deixar de manifestar a sua solidariedade contra a forma infame e covarde em que ele foi ataado nas redes sociais. Para o parlamentar, é muito simples ir para as redes sociais e desferir ataques covardes, chamando as pessoas de ladrão, de bandido, de malversador de recursos públicos, contra pessoas que se sabe que, mesmo tendo defeitos como todos têm, porque ninguém é perfeito, esse é o tipo de defeito que Fábio Gentil não tem, ou pelo menos ninguém nunca provou nada contra o prefeito nesse sentido.
Antônio Ximenes repudiou a iniciativa por considerá-la fruto de mentes irresponsáveis e observou que, no dia que tivesse a necessidade de usar a tribuna da CMC para dencunciar alguém, só o faria embasado em provas concretas, principalmente se no sentido de taxar uma pessoa de malversador de recursos públicos, de ladrão, de coisas dessa natureza, ressaltando que esse tipo de denúncia é muito grave, principalmente vindo de pessoas que todos conhecem na cidade. Ximenes hipotecou solidariedade também ao presidente da CMC, Teódulo Aragão, que também tem sofrido com ataques dessa natureza, pois o considera uma pessoa honesta e não seria por acreditar na boa índole das pessoas que teria que ser julgado, até porque o normal é considerar as pessoas como honestas até prova em contrário.
O vereador Catulé, na sequência de pronunciamentos, destacou que em Caxias só conhece duas atividades, duas funções muito difíceis, de se administrar. Para ele, uma delas é ser prefeito de uma cidade que tem quase 180 mil habitantes, uma cidade complexa, que tem muitos problemas, garantindo desconhecer um prefeito nesse nível que trabalhe e não deixe inimigo, pois para fazer-se alguma coisa, como prefeito, alguém ficará contrariado. A outra, é a função de presidente da Câmara de Caxias, na qual para se fazer alguma coisa sempre há a possibilidade de desagradar alguém, muito embora só se saiba disso ao ser atacado de frente, mesmo injustamente.
Catulé disse que falava de cátedra sobre o assunto, porque ao longo de décadas já fora caluniado, vitimado por perfídias, e agora não via nada diferente, até porque em meio da sua segunda presidência no legislativo caxiense ele também foi vítima, junto com o prefeito Fábio Gentil, da mesma pessoa, mas que não deixou barato, levando a afronta para a justiça. Segundo ele, o caminho para se vencer esse estado de coisas é se manter aliado, muito embora naturalmente as pessoas pensem de modo diferente. Ele endossou as palavras do seu antecessor, e proclamou que para denunciar alguém da tribuna da casa, só o faria com fartas provas.
Grande Expediente
Primeiro orador do grande expediente, o vereador Júnior Barros (PMN) pediu a união de todos os colegas no combate a todos os tipos de denúncias infundadas que ocorram no município de Caxias. O parlamentar recomendou, porém, que em vez de estar tratando de coisas ruins, muito melhor para todos era falar das coisas boas que estão acontecendo em Caxias, neste momento. Ele lembrou do título de cidadania caxiense que a CMC outorgou ao vice-governador Carlos Brandão, na semana passada, e enfatizou que Caxias hoje se tornou uma cidade de importância crucial na eleição de governador do Estado.
No entendimento do vereador, que na ocasião recebeu apartes dos vereadores Charles James, Luís Lacerda e Irmã Nelzir (Republicanos), as pessoas só estão tomando conhecimento das coisas ruins que acontecem no município, quando há muita coisa boa a comemorar, como por exemplo, a substituição das escolas de taipa por de alvenaria nos povoados Gameleira, Pé do Morro, Alecrim e Baunilha, além de muitos outros projetos que estão sendo desenvolvidos no momento pela Secretaria Municipal de Educação, a ampla vacinação que está deslanchando na cidade, que já provoca uma baixa no número de leitos ocupados em tratamento de covid-19, ora na casa de 52%, e que é preciso cair em campo e ir atrás das mais de mil pessoas que tomaram a primeira dose da vacina coronavac e ainda não tomara a segunda, para garantir suas imunizações completas e reduzir a presença do vírus no município.
Revitalização da piscina do Ponte
Professor Chiquinho (Republicanos), falando no grande expediente, iniciou ressaltando o trabalho desenvolvido pelo movimento da diversidade em Caxias. Depois, informou da visita que recebeu do secretário de Estado do Turismo, Catulé Júnior, cerca de 15 dias atrás em seu gabinete, quando, dentre outros assuntos, foi discutida a recuperação da Piscina do Ponte, já que o local, assim como o Mirante da Balaiada e o Balneário Veneza, também se enquadra dentro da proposta de incremento ao turismo no município, e fomentar o turismo é uma via segura para robustecer a economia e gerar empregos em Caxias. Segundo o parlamentar, as tratativas com o secretário se concentraram em um plano de revitalização da orla do balneário, para posteriormente vir a ser dado outro passo com a revitalização total do riacho.
Chiquinho lembrou da visita do vice-governador Carlos Brandão ao município, na semana passada, destacando o encontro que ele manteve com os parlamentares da cidade e no qual, como citara antes o vereador Lacerda, foi feita a reivindicação para o Governo do Estado ajudar a Prefeitura de Caxias a construir uma ponte sobre o rio Itapecuru, interligando o bairro Cangalheiro ao bairro do Ponte, investimento que é da maior importância para o município, pela necessidade que há de desenvolver-se aquela área do perímetro urbano da cidade.
Revisão do Plano Diretor
O vereador trouxe a plenário também a necessidade de revisão do plano diretor do município, que tem 10 anos e já se acha defasado, e afirmou que já fez visitas à coordenação de Regularização Fundiária, à Secretaria de Planejamento e à Secretaria de Meio Ambiente da prefeitura, para uma tomada de ideias sobre o assunto, sendo cientificado de que uma revisão no Plano Diretor de Caxias, que necessita ser feita por empresa especializada, não custará menos que um milhão de reais ao tesouro municipal.
No entendimento do parlamentar, que foi aparteado pelos vereadores Ramos, Catulé, Torneirinho e Thyago Vilanova (Avante), a revisão do plano diretor é necessária agora porque o município assiste o agronegócio adentrar em seu território e pessoas, empresas, estão comprando área urbana como se fosse área rural, por causa da expansão agrícola. Para ele, é fundamental que ao votar o orçamento de 2022, a Câmara aprove um novo plano diretor, a ser executado, se possível, na gestão de Teódulo Aragão.
Professor Chiquinho falou também da criação do fundo municipal da agricultura, e disse que a iniciativa provém do poder executivo, cabendo à CMC fazer uma indicação de projeto de lei a fim de que se crie um fundo para, pelo menos, fazer projetos ou pedir emendas direcionadas, para a Secretaria Municipal de Agricultura melhorar o seu trabalho, já que o órgão não é ordenador de despesa e passa por dificuldades, porque depende cem por cento do fundo de participação do município.
Via judicial
Abordando a questão dos ataques, através das redes sociais, a autoridades do município e ao parlamento municipal, o vereador enfatizou que a sua opinião coincide com o pensamento do vereador Catulé, no sentido de que a casa não pode ficar calada sobre o assunto, porque assim como já ocorreu com o prefeito, com o presidente da Câmara e com a vereadora Ângela Machado, todos os demais parlamentares podem ser vítimas também dessas denúncias infundadas, sem nenhum documento, e mais grave, ainda, quando o denunciante afirma que os vereadores da presente legislatura foram eleitos por conveniência e não porque o povo os quis eleger.
Sem nominar denunciante, professor Chiquinho chamou a atenção que o fato tem sido recorrente sempre que candidaturas têm resultados eleitorais pífios, e, apresentando um ofício da polícia federal, ele informou que, por conta desse tipo de situação, até para eximir-se de responsabilidades, a própria justiça eleitoral solicitou que a polícia federal investigasse o caso, cujo resultado foi negativo para as acusações sobre as eleições de 2020 em Caxias. Em aparte ao colega, o vereador Catulé observou que cabe às instituições, às pessoas atingidas, provocarem as autoridades judicialmente, ressaltando que a pessoa que agora denunciara o prefeito fora a mesma que o acusara de ter sido beneficiado pela pretensa fraude. “Fui à tribuna, denunciei o caso, mas também entrei na justiça para solucionar a situação”, disse.
Concordando com Catulé, Chiquinho disse que o caminho legal de qualquer pessoa, das instituições públicas, é devolver a acusação por processo judicial, para que os fatos sejam esclarecidos, a sociedade informada e os criminosos punidos. Já o vereador Torneirinho, aparteando-o na ocasião, pediu que o denunciante apresentasse provas das suas afirmações; confirmasse, por exemplo, que ele comprara votos na eleição. Muito mais justo, para ele, seria o ex-prefeito, o ex-deputado e ex-candidato a vereador, renunciar os cargos que tem no município. “O que não pode é ele ficar mordendo e assoprando. Como é que se tem todo um aparato de benefícios próprios, como esposa, irmão e muitas outras pessoas dentro do município, e se vai para as redes sociais dizer que está todo mundo enlameado?”, questionou na ocasião. Thyago Lacerda, também aparteando Chiquinho, lembrou que o povo de Caxias já está tão farto de mentiras, que não elegeu a pessoa na eleição passada.
Concluindo sua participação, professor Chiquinho deixou claro que quem está por trás das denúncias, no mínimo, também é cúmplice das denúncias que ele próprio alardeia nas redes sociais, uma vez que há mais de quatro anos participa da gestão municipal. Para ele, quando a pessoa ataca o executivo, e tem representante como o vice-prefeito, ela é, no mínimo, cúmplice, e toda a câmara de vereadores não pode ficar calada porque foi mesmo citada, ainda que de forma sutil.
O líder do governo, vereador Ricardo Rodrigues (PT), discursando da tribuna, em seguida, inicialmente falou da visita recente que fizera a São Luís, onde manteve contato com o deputado Zé Inácio (PT), vice-líder do Governo na Assembleia Estadual, e com o deputado federal Zé Carlos (PT), pedindo-lhes apoio para as demandas da região de Caxias, principalmente dos trabalhadores da agricultura familiar da zona rural, visando a aquisição de equipamentos e de patrulhas mecanizadas para ajudar na produção agrícola.
Depois, referindo-se que esses tipos de ataques contra autoridades e legisladores da cidade não são de hoje, Ricardo Rodrigues recomendou que o legislativo ingresse com uma petição na polícia federal, com a finalidade de levantar os telefones das pessoas que estão colaborando na divulgação de tais denúncias. Em seu entendimento, quebrando o sigilo telefônico dos envolvidos, de abril passado até junho, será possível saber, por exemplo, se há financiadores atuando, ou se o gesto é apenas a vontade própria de um aliado.
Em aparte ao colega, o vereador professor Chiquinho lembrou que a ação poderia ser enquadrada como crime desde que o marco regulatório da internet foi votado no Congresso Nacional. E lamentou que, em vez dos vereadores estarem debatendo os interesses de Caxias, estivessem discutindo inverdades produzidas nas redes sociais. Júnior Barros, achou que há muita inconsistência em toda a situação, e lembrou que não entende o que está acontecendo, até porque a secretária da Mulher do município, a ex-prefeita Márcia Marinho, faz um bom trabalho à frente da sua pasta na presente gestão municipal. Para Charles James, seria mais fácil para a sociedade entender o que está acontecendo, simplesmente acompanhando o trabalho produzido por cada vereador, através das sessões que são disponibilizadas à população caxiense pela internet.
Caso de abstinência
Último orador da manhã, o vereador Mário Assunção (Republicanos) começou suas palavras na tribuna da CMC lembrando que Caxias se transformou no palco político do Maranhão, observando que o prefeito Fábio Gentil, junto com a Câmara de Vereadores, receberam o vice-governador do Estado, Carlos Brandão, para lhe outorgar o título de cidadania caxiense, levá-lo a participar da entrega de cestas básicas, visitar obras e, finalizando o dia, participar de uma reunião política com todos os vereadores. Para ele, além de sua importância para cidade, foi o momento em que todos presenciaram o prefeito Fábio Gentil se transformar hoje na maior liderança regional do leste maranhense, à frente de um grupo político que apoia incondicionalmente suas decisões.
Em sua argumentação, o parlamentar observou, citando o que já dissera antes à colega Ângela Machado por meio de alegoria (só se atira pedra em árvore que tem frutos), que esse tipo de destaque desenvolve em algumas pessoas uma psicopatia. Na sua concepção, tem gente que no passado teve a oportunidade de ser a liderança que o prefeito Fábio Gentil desfruta hoje, mas jogou fora, porque não respeitava a classe política que na época tinha em Caxias, e hoje está no ostracismo, sofre de abstinência, porque até agora está contando os votos de vereador que não teve para se eleger, e isso foi o último golpe que o povo de Caxias lhe deu, demonstrando que o seu tempo já passou.
Segundo Mário Assunção, é notório que Fábio Gentil é considerado e é a nova esperança do leste do leste maranhense, e a pessoa tinha que achar alguma forma de chamar a atenção, transformando uma entrevista a um blog, a um canal do you tube, num verdadeiro horror de denúncias e ilações infundadas. “Ele atacou a construção dos postos de combustíveis na cidade, mesmo sabendo que cada posto de combustível gera mais de 20 empregos, tentando prejudicar quem tem hoje o curso de frentista, de atendente numa loja de conveniência, os formados em administração que podem gerenciar esses empreendimentos, querendo ter a oportunidade, e sendo atacados de uma forma irresponsável”, frisou.
O parlamentar republicano chamou a atenção para o fato de que o secretário de meio ambiente do município, pessoa competente e preparada, responsável pelo órgão capacitado a emitir a licença ambiental para postos de combustíveis funcionarem, ser comandada por um irmão de quem produziu as denúncias. Mais adiante, lembrou que a ex-prefeita Márcia Marinho faz um trabalho brilhante na secretaria municipal da Mulher, e que cargos de segundo e terceiro escalão para parentes e correligionários são solicitações dessa mesma pessoa que agora está denunciando todos, atacando um governo do qual ele próprio faz parte.
Assunção revelou também que achou um absurdo a informação de que o prefeito comprou uma televisão para si com dinheiro público, quando o seu nome não figura em nenhuma empresa do ramo nos canais oficiais. Para ele são tantas inverdades divulgadas, que até as próprias emissoras de rádio e TV que diz que lhe pertencem, na verdade estão em nome de terceiro e até o terreno da empresa registrado na posse de um empresário piauiense. “Já dizia um amigo meu: a gente não chuta cachorro morto. Mas a gente precisa aqui ser homem, para poder dar a resposta; ser homem, para fazer a defesa da nossa casa. Nós não somos uma confraria, mas somos um colegiado que defende diversas bandeiras e que não pode ser achincalhado”, acentuou.
Para Mário Assunção é preciso que fique claro que todas essas denúncias estão acontecendo porque as urnas, depois de abertas, não corresponderam às expectativas, daí porque o resultado proclamado virou fraude, roubo, com acusações contra os vereadores Catulé, Teódulo, Mário Assunção e quase todos os parlamentares da casa. Na sua perspectiva, declarou que o difícil para o cidadão é provar as acusações no ministério público, e o que ele quer é chamar a atenção. “Repudio atitude como essas, porque soltar palavras ao vento é muito fácil. Difícil é ter as provas para poder dizer que está falando a verdade”, justificou.