A discussão envolvendo a situação de insegurança nas escolas e a dificuldade de tráfego nas estradas rurais de Caxias, por causa da intensidade do período chuvoso, durante o pequeno expediente da sessão desta segunda-feira (10), na Câmara Municipal, mudou de foco com os discursos dos vereadores da oposição.
O vereador Luís Lacerda (PCdoB), por exemplo, teceu críticas em relação ao que classificou de distribuição desrespeitosa o trabalho que a Prefeitura de Caxias fez ao entregar dez toneladas de peixe e cinco mil cestas básicas à população caxiense, expondo pessoas ao vexame de ficarem em filas sob o sol e a portarem obrigatoriamente senhas, para receberem os donativos da Semana Santa.
Lacerda denunciou ainda que, a seu ver, o atendimento na saúde municipal continua caótico, apresentando a situação de uma pessoa que sofreu um acidente conduzindo moto às 3h30 da manhã e até às 17 horas não havia recebido qualquer atendimento na emergência municipal. O parlamentar observou também que o prefeito só está preocupado com eleição, e revelou que enquanto os colegas entregavam peixe e cesta básica com senha, secretários municipais distribuíam as doações à vontade, alguns tendo em mãos uma tonelada de pescado. E estimou que, pelo jeito que as coisas vão, ao menos cinco vagas do atual grupo de vereadores da base do governo cederão vez na CMC para secretários municipais na próxima eleição.
O líder da oposição, vereador Daniel Barros (PDT), fez uma análise da conjuntura política e da última visita do governador Carlos Brandão (PSB) ao município, refletindo que foi anunciado um grande acordo de conciliação dos grupos políticos da cidade com o primeiro mandatário estadual. Para ele, no entanto, falaram de alguns concílios, acordos políticos, sem a participação do povo, que é quem decide cada eleição, e prometeu continuar ao lado do povo, em vez de participar de qualquer conchavo político.
O vereador, que adiantou o seu voto favorável à indicação do colega Darlan Almeida, lamentou que os pares não tenham sido sensíveis e reprovaram o projeto de lei de sua autoria que obrigava o município a doar fardamento e material escolar para os alunos do ensino básico. “Alem de apoiar o projeto, cobro do poder executivo uma capacitação aos nossos vigias e porteiros, o armamento da guarda municipal, para o combate à insegurança”, assinalou.
E fechou sua participação reclamando que o povo foi amontoado para ganhar cesta básica na Semana Santa; que as escolas são invadidas porque não dispõem da mesma segurança dos quartéis policiais; da merenda escolar que nunca chegou ao povoado Brejinho; e que no campo político a tempestade perfeita, sob o comando do prefeito, vai acontecer de novo.