A sessão ordinária do legislativo caxiense (CMC/MA), na quarta-feira 14 de junho, por conta dos embates que vêm se sucedendo entre vereadores da base de apoio da gestão municipal e de oposição, tendo como foco a antecipação da campanha eleitoral do próximo ano (2024), foi a reunião mais tumultuada do ano, até o presente momento. Em razão do contexto político polarizado, onde cada grupo se movimenta para se contrapor e colocar em cheque denúncias que estão emergindo em Caxias a todo momento, a reunião parlamentar mobilizou no plenário 18 vereadores.
A sessão iniciou sob a direção do primeiro vice-presidente da CMC, vereador Mário Assunção (Republicanos), que, após a leitura da ata da sessão anterior e do expediente do dia, deixou os edis à vontade para se manifestarem no pequeno expediente, onde cada orador dispõe de cinco minutos, sem permitir apartes, para falar sobre o que julgar conveniente nesse espaço da sessão. E foi, então, quando o tumulto começou.
Argumentos da oposição
Pedindo a palavra, o vereador Daniel Barros (PDT), líder da oposição, primeiro a se manifestar, pretendeu iniciar o seu pronunciamento amparado na reprodução de uma gravação de áudio que imediatamente lhe foi negada pela presidência da mesa diretora, sob a advertência de que o regimento interno da casa não permitia o uso de tal expediente no plenário das sessões.
Seguiu-se um bate-boca, corte ao som do vereador, que depois, mais calmo e dizendo que parecia que estava em uma ditadura e comentando que havia mais gente o assistindo pelo instagran do que no plenário, voltou a se manifestar, dando ciência do conteúdo da gravação aos pares, que evidenciava uma suposta reunião do prefeito Fábio Gentil (Republicanos) com vereadores que dão sustentação ao seu governo, onde ele, de viva voz, repreendia todos por não defendê-lo à altura das investidas dos três vereadores de oposição, no caso, o próprio Daniel Barros, Luís Lacerda (PCdoB) e Catulé (Republicanos), , no plenário do legislativo.
Barros ressaltou que o prefeito teria confessado que teve suas contas bloqueadas por não chamar concursados e manter servidores contratados indicados pelos vereadores de sua base política, mencionando ainda que a Prefeitura de Caxias está inchada de empregos desses parlamentares, e, por conta disso, está impossibilitada de executar obras, fazer reformas, estradas vicinais, por culpa dos vereadores. Segundo ele, o prefeito teria dito que quem não estivesse satisfeito deveria sair do grupo, pois não estava podendo trabalhar direito, sendo obrigado a praticamente fazer a campanha de cada vereador, em vez de cuidar melhor das coisas da cidade e do município.
O vereador disse também que viera ao plenário na intenção de se solidarizar com os colegas da base do prefeito, porque tinha a certeza absoluta de que quem gravou o tal vídeo tinha sido o prefeito, para chacoalhar os vereadores, para desmoralizá-los, para desmoralizar a Câmara, e na hora ele ficar apontando que foi um, que foi outro. Em sua concepção, esse tem sido o modus operandi do prefeito, e por isso estava no plenário para dizer que era solidário com todos, pois tinha certeza que o áudio que viralizou nas redes sociais não foi gravado por nenhum dos colegas que estiveram na reunião secreta com o prefeito. “Ele fez o áudio para vocês brigarem aqui, para defender o indefensável, por aquilo que não se pode defender, e para jogar vocês contra três colegas que estão defendendo o povo. Essa casa tem de dar as costas para ele, pedir a cassação dele”, orientou.
Sucedendo o colega, o vereador Luís Lacerda também mostrou-se solidário com os vereadores da situação e disse que a Câmara de Caxias está sendo chacoalhada, refletindo que o que estava faltando para exterminá-la eram esses áudios que foram criados denegrindo a imagem do grupo da sua própria base. Para ele, era inadmissível um gestor público dizer que não tem remédio nos postos de saúde, que não tem uma educação de qualidade, que não tem uma estrada de qualidade, porque a culpa é dos vereadores que estão sugando a prefeitura e 100% dos empregos eram deles. E prognosticou que a prefeitura possa ter hoje cerca de 16 mil servidores, mas, se vereador tiver 150 empregos, tem muito.
Repetindo o bordão que costuma dizer, de que a água que afunda o barco é a que está dentro, enfatizou que foi o próprio prefeito que colocou a água nesse barco que ele diz que é dele, que agora afundou. A resposta a tudo isso, conforme frisou, será dada pela população caxiense em 2024.
Lacerda lembrou depois de uma situação vivenciada por um filho do vereador Genival Moto Peças (Republicanos), que conversou com ele e disse-lhe que se sentia humilhado pelo tratamento que recebeu na Secretaria Municipal de Educação.
“O rapaz chorou nos meus braços, aqui, na porta da Câmara Municipal, pela humilhação que sofreu, porque foi humilhado pela secretária de Educação. Então, pergunto, se nós vereadores, que fomos escolhidos para representar o povo, vamos ser humilhados por uma secretária que foi indicada pelo prefeito?!?”, questionou, ponderando que não gostaria que acontecesse mais a nenhum filho de vereador da cidade. No seu entender, o tratamento dispensado ao filho do colega foi uma nota de repúdio à sua condição de vereador da casa.
Usando também a palavra, o vereador Genival Moto Peças falou para o plenário que não tinha tomado conhecimento de tal situação revelada por Luís Lacerda, e protestou que o colega não tinha procuração para citar seu nome na casa. Ele disse que a oposição tem de ser oposição, mas destacou que a oposição em Caxias hoje é simplesmente para atacar o prefeito Fábio Gentil, pois não tem um projeto de governo futuro e quer simplesmente tomar o lugar do atual gestor da cidade. “Eu não estou aqui puxando o saco do prefeito nem de ninguém não. Quando eu cheguei nesta casa aqui, é o meu terceiro mandato, mas nunca vi uma câmara desse jeito como agora, só batendo em cima do prefeito. E ninguém é perfeito não, cidadão, mas acho que o prefeito Fábio Gentil merece ser respeitado. Não tive conhecimento disso que o vereador falou do meu filho não. Mas vou procurar o prefeito e a secretária, e na próxima sessão eu justifico para todos aqui”, informou.
Participando também, o vereador Catulé (Republicanos) falou que pensava que já tinha ouvido de tudo na Câmara de Caxias, ao longo dos seus nove mandatos na casa. Entretanto, enfatizou que não tinha ouvido coisa nenhuma, nada, e que às vezes nem tinha vontade de se pronunciar, porque sentia a necessidade de ter um interlocutor à altura.
Ele explicou: “se alguém nesta casa está achando ruim por causa dos áudios, deve aguardar, por que tem mais três, e um vereador desta casa diz na reunião que deveria ser uma confraria, igual ao que o Catulé diz, mas ele é falso. Ainda no áudio, tem muita coisa. Agora, como é que eu sou um parlamentar, e eu não tenho crítica a fazer a nenhum companheiro desta casa, mas tem coisa que vai lá pro fundo do poço, lá pro lixo, e a Veneza é água cristalina, cura até pira”.
E, prosseguindo: “Então, porque esta guerra, quando o povo da cidade vê uma pressão do prefeito dizendo que os vereadores não defendem ele; que ele matou um grupo de correligionários para eleger esses parlamentares de agora; que no tempo do Humberto Coutinho ele não tinha nem uma indicação, não tinha isso, não tinha aquilo. Não tem menino aqui nesta casa. Vale a pena a gente se digladiar por conta de mentira e gente aqui assumindo até a culpa das culpas do compadre? Ora, eu acho isso uma excrescência, uma imoralidade. O áudio está aí, e este áudio foi feito por quem estava dentro da sala, e quem estava dentro da sala não era a oposição”.
Catulé enfatizou em seguida que no dia que não puder defender o seu filho não gostaria de existir mais, justificando que mandato o político conquista nas urnas e caráter tem que pagar o que deve, pois o homem que não paga o que deve não é homem. “Me desculpe colega Genival. Por você eu tenho um carinho, um grande respeito, mas tenha paciência, você não defender nem seu filho, sô. Você que já foi e já voltou, já fez as campanhas passadas, e agora está por conta de besteira, sô; você que no tempo do Humberto Coutinho pegou uma passagem de ônibus, você e sua mulher, e foi pro Ceará e deixou nosso grupo na mão. Ora, não me leve a mal, porque eu vou continuar tendo carinho por você, mas fiquei estarrecido ao ver você contra o seu próprio filho, sô; eu poderia ficar calado, mas Deus me perdoe, você passou dos limites, sô!”, pontuou.
Posicionamentos da situação
Pelo bloco da base de apoio à gestão municipal, o vereador Antônio Ximenes (Republicanos) foi o primeiro a se manifestar. Disse que os mais antigos da casa eram ele e o vereador Catulé, e que o legislativo caxiense já tinha visto de tudo sim, e que isso que está acontecendo hoje não tem muita novidade não. E lembrou também que já tinha participado de várias reuniões com o prefeito, junto com o vereador Lacerda, com o vereador Catulé, admitindo que câmara tem que ser assim, porque precisa ter situação e oposição, e a oposição, para ele, ajuda muito a gestão municipal. Ximenes, no entanto, estabeleceu limites nesse sentido, ressaltando que tentar estabelecer um clima de guerra na casa, para ele, não era certo. “Eu ouvi, na sessão passada, colegas vereadores fazendo verdadeiras ameaças, ameaças veladas, sem dizer nomes, mas ameaçando, e eu acho que não é por aí. Eu acho que quem é oposição tem que apontar as falhas da gestão, e tem que fazer isso mesmo. Agora, tem que fazer com responsabilidade, com respeito, inclusive com respeito aos colegas. Eu sou solidário ao vereador Genival, porque eu acho que ele não merece o que foi dito dele aqui na sessão”, comentou.
De conformidade com o vereador, ninguém no parlamento de Caxias é melhor do que o outro. Nem ele que tem nove mandatos junto com sua esposa, nem o vereador Catulé, e muito menos o vereador Genival, que assumiu agora na suplência. Todos têm que ser respeitados como vereadores, têm que ser respeitados também por sua decisão, de ser oposição ou situação.
Ele falou ainda que já tinha visto muita gente ali batendo palma, fazendo discurso elogiando o prefeito municipal, ressaltando que o prefeito era o melhor do mundo; que elegeu o seu pai com 32 mil votos; que foi o prefeito que se reelegeu com o maior percentual de votos dados a um prefeito da cidade; e agora, de repente, passou a ouvir que o prefeito não vale coisa nenhuma, simplesmente porque um ou dois vereadores não querem que seja assim.
Ximenes disse que fazia questão de parabenizar o vereador Catulé pela a decisão de acompanhar o seu filho, que tentará a disputa da prefeitura no próximo mandato. Na sua concepção, ele tomou uma decisão que foi mais do que justa, porque ninguém vem para a Câmara de Caxias com o placar definido; e, lembrando de quando iniciou na política da casa, em 1989, enfatizou que achava que todo mundo, na época, ia trabalhar junto, em harmonia, em prol de um município melhor, tentando ajudar a administração a fazer uma grande gestão, e, logo depois das primeiras sessões, percebeu que não era nada assim, porque cada cabeça é uma sentença, e de lá para cá tem sido assim, sim, em todos os governos. Falando sobre o governo Léo Coutinho, do qual participou, disse que viu críticas muito duras à saúde, à educação, mas sabia das dificuldades que o gestor estava passando, assim como sabe agora das dificuldades que a gestão atual está enfrentando. Para ele, grupo de situação tem de coexistir com grupo de oposição, mas um respeitando o outro.
Participando da discussão, o vereador Júnior Barros (PMN) também se solidarizou com o colega Genival Moto Peças, enfatizando que realmente ele ficou surpreso com o tipo de tratamento que alguns vereadores, e, em especial a oposição, abordando problemas de familiares de colegas na casa, fato que, no seu entendimento, é politicagem. “Fico triste de ver, como tenho falado, que a oposição não tem proposta, não tem trabalho, e só tenta desvirtuar, criar uma narrativa que não existe, sempre tentando conturbar todo o processo que nós estamos desenvolvendo na política de Caxias. E fico triste em ver que a oposição não tem nada, tem um passado sujo, é por isso que esta casa está irmanada em brigar para que esses políticos não cheguem ao poder, porque enquanto nós tivermos a palavra na tribuna, iremos combater diuturnamente esse tipo de atitude, esse tipo de ato”, anunciou.
Barros também repudiou a menção que foi feita pelos vereadores de oposição, colocando o nome do cidadão, o nome do filho de um colega, que prontamente defendeu a honra e a integridade do seu filho, apontando que irá procurar a solução do problema. Segundo ele, isso é o que ele e seus colegas da base do governo fazem, agindo com sensatez, e não com agressão, não com intimidação, e não com humilhação, porque esse tipo de atitude na cabe mais nos tempos atuais. Como o vereador Ximenes, a sua visão, entretanto, é a de que situação e oposição devem coexistir.
No mesmo momento que a sessão passou a ser dirigida pelo vereador Ricardo Rodrigues (PT), presidente da CMC/MA, falou o vereador Mário Assunção (Republicanos), dizendo da sua preocupação com o nível pesado que está sendo impetrado às discussões na casa.
Para o vereador, numa cidade tão importante politicamente, como Caxias, que considera a segunda cidade mais importante do Maranhão, fora São Luís, porque é uma cidade cujos políticos têm o umbigo enterrado na terra natal, formada por pessoas que querem o bem da cidade, enquanto Imperatriz é uma cidade de nômades, de pessoas que vieram de fora, é lamentável que discussões estejam sendo travadas como briga de facções, já que o que se tem ouvido no seu parlamento são agressões verbais, pessoais, em vez de estarem sendo discutidos os temas de interesse do município.
Assunção enfatizou que tanto a situação quanto a oposição têm inúmeros assuntos que são de interesse da população caxiense, os quais deveriam estar sendo trazidos para as pautas de discussões da Câmara Municipal, como a revisão do plano diretor da cidade, por exemplo, para atrair empresas, para atrair indústrias, gerar empregos na cidade.
“Mas, aqui, não. Aqui vai se discutir é filho de vereador, que é não sei o que, é fulano de tal que chama para briga; que diz que é mais homem do que o outro… Então, meus amigos, isso aqui não cabe. Gente, para chegar aqui é muito difícil, São 400 pessoas, todas as eleições, querendo ter uma dessas 19 vagas. Aí você vem para cá para estar discutindo besteira! Vamos se ater com as coisas importantes de Caxias; vamos falar e discutir, por exemplo, que a gente precisa aumentar o nosso zoneamento urbano, para que a gene possa atrair esse programa Minha Casa, Minha Vida, porque é preciso ter terrenos, na zona urbana, de vários hectares”, sugeriu.
E, continuando: “Por que a gente não vai discutir, por exemplo, a questão desses fios de internet, que, além de enfeiarem nossa cidade, também faz com que a cidade fique perigosa, possa ter acidentes?! Por que não vamos discutir o problema que aqui é cômico, que é o dos bancos, onde as pessoas chegam para abrir uma conta, pela manhã, é saem de lá às três horas da tarde?!; discutir o problema da Equatorial, cujos postes da rede elétrica ameaçam cair em vários lugares, como lá no bairro Castelo Branco, um problema de mais de seis meses que a Equatorial não vai lá trocar?!”, listou, afirmando que são muitos problemas para serem discutidos nas sessões, e não para haver digladio nas reuniões parlamentares.
Mário Assunção relevou que tem certeza que ninguém da oposição quer a vaga de quem estar na casa, mas quer, sim, é atravessar a rua e ir para o Palácio da Cidade. Assim, para ele, na CMC não há inimigos, mas pessoas que têm pensamentos divergentes, e admitiu que a sua regra de vida é não ligar para o que falam dele em grupos de whatsapp, pois quem participa desse tipo de grupo, em política, já tem o seu voto definido. Entende que nesses grupos as pessoas querem é enaltecer as pessoas que querem que se elejam e denegrir a imagem de quem não querem. E concluiu, ponderando que os colegas, encarecidamente, elevem o nível das discussões na CMC/MA, se concentrando no que é mais importante: o povo de Caxias.
O vereador Durval Júnior (Republicanos) também se posicionou no pequeno expediente. Primeiro, ele agradeceu o prefeito Fábio Gentil e o secretário de Infraestrutura Gentil Neto, pela parceria que tem dado um resultado positivo ne revitalização do bairro Campo Belém, em trabalho conjunto com a vereadora Irmã Nelzir (Republicanos), que também atua na área. Depois, agradeceu à secretária e amiga Ana Célia, titular da pasta de educação municipal, por naquela data lhe ter dado uma prestação positiva na escola do povoado Jenipapo, para a qual já chegaram os kits de internet e de computadores que serão instalados na unidade escolar. O vereador adiantou a escola promoverá também cursos para as mães da localidade, utilizando as modernas tecnologias que estarão à disposição naquela comunidade rural.
Lembrando que a divulgação de notícias falsas estão na ordem do dia por toda a parte e que alguma coisa pode ter sido aproveitada por terceiros, Durval, falando a respeito da reunião que participou com o prefeito Fábio Gentil, disse que em momento algum escutou essa conversa que está sendo divulgada.
Para ele, pode ser que dois ou três vereadores tenham se reunido para conversar, que ele acredita que não, mas da reunião da qual participou, ao lado de 15 vereadores, não escutou nada disso, observando que a conversa do encontro foi positiva, principalmente trabalhando o que vem de Brasília para Caxias, e preparando o que será preciso fazer com as emendas federais que a deputada federal Amanda Gentil (PP) trará para o município, priorizando as comunidades precisam receber poços artesianos, estradas, escolas e reformas.
Durval ressaltou que atualmente cada um divulga uma informação, pode pegar uma gravação de anos e anos que aconteceu, ou adaptar a voz das pessoas através de mecanismos, fazendo as coisas do jeito que quer. Ele tem a convicção de que o caso deve ser, primeiramente, apurado, descrito, porque da reunião que ele participou ele não escutou o que foi divulgado na sessão.
Segundo o parlamentar, as reuniões de vereadores são encontros sérios, para os quais todos que comparecem levam suas demandas, reivindicações como as que estão chegando da zona rural, clamando por mais segurança. Como presidente da comissão de Segurança do parlamento municipal, ele adiantou que na data mesmo tinha conversado com o comandante do Segundo Batalhão da Polícia Militar do Maranhão, sediado em Caxias, que está só aguardando o relatório dos vereadores, com o contexto da zona urbana e da zona rural da cidade, para levá-lo aos canais competentes.
A vereadora Irmã Nelzir (Republicanos) também emitiu a sua opinião no plenário, repetindo os mesmos agradecimentos feitos pelo colega Durval anteriormente, mas dizendo que tem ouvido reclamações sobre a saúde de Caxias, a qual, embora não esteja 100%, não está pior, na sua avaliação, e que a prova é o grande número de pessoas de fora que acorrem às unidades de saúde públicas locais, procurando assistência.
Nesse sentido, ela afirmou que era testemunha, tendo visto um homem da cidade Arari operar o pé no Hospital Geral, isso sem falar do que acontece rotineiramente na Maternidade Carmosina Coutinho, onde chegam mulheres em trabalho de parto quase mortas, que saem de lá com vida. A vereadora ressaltou que antes da gestão do prefeito Fábio Gentil só se ouvia falar em morte na maternidade, enquanto que hoje isso quase não acontece. Para ela, só vê defeito quem quer. Sabe que o prefeito não é cem por cento não, porque é homem e tem sentimentos como todos, e até porque ninguém é perfeito não.
“Agora, tanto que ele tem mostrado trabalho aqui em Caxias e na zona rural. Se fosse para falarmos agora, uma hora não daria para falarmos sobre tanta obra que ele tem feito. Então por que nós devemos ficar calados. Não, nós temos de falar e dizer a verdade, doa a quem doer, mas tem que ser dita, porque ele é um prefeito que tem sentimentos como nós e tem trabalho prestado”, concluiu.
A palavra do presidente
No encerramento do pequeno expediente, o presidente Ricardo Rodrigues lembrou de um fato do início do seu mandato na mesa diretora, através do qual a CMC vinha sendo avacalhada na internet.
“Eu disse, naquela oportunidade, que tomaria as devidas providências, que abriria procedimentos, e ontem houve uma condenação, onde o sujeito vai pagar 37 salários mínimos e ainda vai vir prestar serviços nesta casa. É importante que as pessoas tenham responsabilidade com aquilo que falam e com seus atos, poque muitas vezes apontam para o vereador, dizendo que ele é mau porque provocou uma condenação contra A ou contra B. Mas um vereador é pai, a vereadora é mãe, é filho, filha, é ser humano, tem família, então tem que ter responsabilidade. Quem fale de vereador, quem fale de quem quer que seja, tem que assumir os seus atos”, lembrou.
E, concluindo: “Quando eu falei aqui, naquela época, fui repreendido inclusive por alguns colegas, mas eu tomei as providências e irei tomar, independente de quem seja. Pode ser inclusive vereador. Não tem nenhum problema, porque eu acho, e tenho certeza, na verdade, que nós temos que ter responsabilidade com aquilo que sai da nossa boca. Temos que pensar, primeiro, antes de tomar qualquer que seja a atitude, ou a decisão”.