Denúncias da oposição voltaram à pauta na primeira sessão após o recesso parlamentar

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O vereador de oposição Luís Lacerda (PCdoB) se manifestou em seguida, e começou reivindicando à presidência da Casa a recomposição das Comissões Permanentes do parlamento municipal, que ficaram, segundo ele, incompletas, com o licenciamento do vereador Francisco de Assis de Abreu Júnior (Professor Chiquinho), que estava na presidência da Comissão de Justiça e Redação. O substituto imediato é o vereador Thyago Vilanova (Avante), que está na relatoria, e o vereador Gentil Oliveira (PV) passaria a ocupar esse posto, enquanto o suplente, vereador Charles James (Solidariedade), passa à condição membro, faltando apenas a indicação de um suplente para a referida comissão.

Lacerda, que leu em seguida a publicação do Diário Oficial da CMC/MA, edição de 02 de março de 2023, revelando a posição de cada vereador eleito nas comissões permanentes, disse que estava fazendo aquilo para a população tomar conhecimento sobre quem preside cada comissão, a fim de cobrar-lhes todos os pareceres relativos a proposições que tramitam na casa, inclusive projetos de lei que vêm do poder executivo. “Nós temos que acabar com essa dispensa de interstícios, ou seja, dispensar os pareceres das comissões, e assim todas as matérias terão que ser submetidas a pareceres que serão apreciados e votados depois no plenário, durante as sessões legislativas, porque a população precisa entender o que realmente está acontecendo na Casa do Povo, que existe para representá-lo e ele sempre vem em primeiro lugar”, pontuou.

Ver. Luís Lacerda (PCdoB)

O vereador abordou depois as notícias de demissões na Prefeitura, que só na Educação alcançou cerca de 300 funcionários. Ele lembrou que já havia tratado do assunto na última sessão de junho, observando que esses funcionários haviam sido contratados em maio e, em junho, haviam sido mandados para casa para voltarem somente em agosto e até agora nunca receberam dinheiro, muito embora tivessem a esperança de que, ao assinarem os contratos, eles iriam contar com seus proventos.

Lacerda louvou a iniciativa do prefeito Fábio Gentil ao adquirir 20 consultórios novos de dentista para os postos de saúde do município, mas informou que as cadeiras odontológicas podem até estar nos postos, mas não estão funcionando por falta de compressor. “Parece que o gestor do município gosta de mídia, porque eu fui em um dos postos de saúde no dia 19 de julho, e sei que até hoje eles estão lá e não foram entregues para a população porque falta compressor”, salientou.

O oposicionista, falando sobre os camelôs, disse que é uma questão muito delicada, porque muitos estão a ver navios, acordaram na segunda-feira e ficaram sem saber para onde iriam, sem saber o que fazer, para começarem a vender, pois em pleno sábado arrancaram o piso da rua do Calçadão da Afonso Cunha. Para ele, o Shopping dos Camelôs, que já foi entregue, ainda não é um ambiente adequado para que eles possam trabalhar e vender, situação bem diferente da que vivenciou a sua colega Ângela Machado, que trabalhou orgulhosamente como vendedora ambulante 20 anos atrás. As obras do calçadão também tiraram as vendas de muitas lojas.

Em palavras dirigidas ao vereador Mário Assunção (Republicanos), que falara no pequeno expediente sobre a pactuação da saúde em Caxias, Luís Lacerda enfatizou que o município assumiu esse procedimento há 20 anos e ela nunca foi corrigida. Para ele, até hoje o Município de Caxias recebe dinheiro para prestar serviço a outras cidades do seu entorno que não tem especialidades da área médica. “Então, se Caxias não tem como atender esses municípios, tem de devolver os recursos que chegam à nossa prefeitura para as regiões de origem, a fim de que possam procurar outra cidade para atendê-los com uma saúde de qualidade.

O vereador falou também sobre o portal de entrada da cidade, na avenida Senador Alexandre, que está sendo construído ao custo de um milhão de reais, cujas obras estão paradas por falta de pagamento. No seu entendimento, todas as obras que o gestor de Caxias começa não terminam, e já avalia o que acontecerá com as obras do calçadão da área comercial do centro da cidade. Lacerda também chamou a atenção dos pares, no sentido de que seja feita uma avaliação de tudo o que está acontecendo em Caxias agora, pois acredita que no rumo que ela está indo só uma nova gestão pode compensar, já que não é mais possível dar uma continuidade a uma gestão caótica como a que aí está.

O vereador concedeu aparte ao colega Catulé (Republicanos), e este, dizendo-se atento ao pronunciamento e às discussão que a cidade trava no seu dia-a-dia, expôs que fazia a intervenção só para lamentar os fatos que estão acontecendo.
“Essa casa sabe, toda a cidade sabe, que aconteceram essas demissões que a gente pode considerar em massa, de centenas de funcionários, 300 funcionários, que é um número considerável; e eu sempre costumo dizer que uma coisa é a pessoa não ter, outra coisa é ter e perder. Mas o que eu lamento muito, porque, independente de situação ou oposição, todos lutamos pelo povo da cidade, fazemos tudo isso, e nós não temos a participação dos prejudicados”, protestou Catulé.

Ver. Catulé (Republicanos)

“Ora, 300 pessoas nessa cidade, e nenhuma vem para a porta dessa casa; nenhuma vem para porta da prefeitura, para protestar; se o sindicato convoca, não vem ninguém, e isso desestimula, de certa forma, porque dizem que não protestam por medo de perder; e os que perdem, porque não protestam, nem sequer uma nota é emitida em conjunto? Então, que cidade é essa que o povo não protesta mesmo depois que perde. Está faltando para nós, que o defendemos, o combustível, porque o combustível é o próprio povo
prejudicado que não vai às ruas e nós nem escutamos a voz deles, se são roucas ou estridentes”, continuou o vereador decano da CMC/MA.

Base aliada rebate opositores e elogia ações do governo

Lacerda concedeu aparte também à vereadora Ângela Machado (PTC), que se manifestou falando no mesmo nível que outros colegas falaram no pequeno expediente, refletindo que as coisas em Caxias sempre acontecem do mesmo jeito, pois continuam as mesmas coisas, eram as mesmas necessidades do passado, lembrando da época em que trabalhara como camelô. “As gestões passadas também prometam um shopping para a categoria, mas ele só veio agora, com o prefeito Fábio Gentil, e assim tudo vai se repetindo e chegando a solução em bom tempo, na hora que é apropriada para acontecer. O shopping foi prometido na época do Léo Coutinho, quando o vereador Daniel Barros era Secretário Adjunto da Saúde, e não aconteceu. Então, se na época eles tivessem feito, para onde os camelôs iriam, não era para o shopping. Agora é a mesma situação, mas a atual gestão fez, está de parabéns, e agora a gente vai se adaptar e comprar nele para poder fomentar seu comércio, sem ter que ir fazer a mesma coisa em Teresina”, observou Ângela.

Ver. Ângela Machado ( PTC)

A vereadora, lembrando de gestões passadas, refletiu que foram o mesmo tipo de pessoas que tiraram os camelôs da rua, das praças, fecharam o mercadinho da Trezidela, as mesmas que fizeram velhas práticas, mas não fizeram o Mirante da Balaiada, a Praça da Chapada, o Natal Iluminado, não acabaram com as escolas João de Barro, mas tiveram o escândalo na saúde e fizeram a Maternidade Carmosina Coutinho ficar conhecida nacionalmente como a maternidade da morte de crianças.

Segundo ela, estão reclamando que o calçamento do calçadão foi retirado impropriamente, mas ninguém faz uma boa reforma em sua casa morando dentro, e, neste caso, até o Sindilojas sabia, pois foi tudo combinado com os usuários do local, inclusive os ambulantes receberam ajuda de custo para fazerem a mudança. E dizer também que os novos consultórios odontológicos não estão funcionando por causa de compressor não passa de falácia, haja vista que os mesmos, por serem caros, só podem funcionar com a garantia de fabricante, que é de 30 dias para montagem. Ângela Machado salientou também que falar em recomposição das comissões, sugerindo anormalidade, também não passa de falácia, haja vista que ela mesma foi informada com antecedência que não faria parte da mesa diretora na gestão atual, e que, portanto, não foi enganada.

Assumindo a tribuna como último orador do grande expediente, o vereador Júnior Barros (PMN), lamentou que, por falta de coragem, a maioria dos vereadores de oposição tivessem deixado o plenário, dizendo que, além de incompetentes, também eram covardes. Na sua concepção, é covarde quem começa um assunto e sai no meio do assunto sem ouvir réplicas à sua falação. Para Júnior Barros, o que ele observou na noite era que parecia que se estava falando de duas coisas: uma Caxias que a gente quer; e uma Caxias que eles não querem, porque não sabia dizer se o caso era problema de visão ou de incompetência mesmo, por falta de compromisso com a população, levando as inverdades, desinformações errôneas, fazendo o contrário do que a casa deve promover, que é legislar com segurança e levar conteúdos sérios que levem ao crescimento da cidade.

O vereador deu ciência que durante o recesso trabalhou assiduamente em vários povoados rurais, trazendo reivindicações que muitas delas foram atendidas pela gestão municipal. Em relação à empresa Equatorial Energia, disse que tem um bom relacionamento com a diretoria, e revelou que no último final de semana teve diretor que esteve no bairro Vila Paraíso, convocando a população para que as pessoas não percam o benefício da conta de baixa renda, sendo que os técnicos da empresa também foram levados ao bairro Caldeirões, no sentido de acabar com as gambiarras quer existem naquela área, instalação de postes, bem como em outras comunidades caxienses.

Ver. Júnior Barros ( PMN)

Para Júnior Barros, dizendo da conversa que teve com membros da Equatorial na cidade, o que falta, na maioria das vezes, é que os pedidos são feitos errados e isso acaba não executando o serviço, muito embora haja casos mesmo de falta de vontade.
A título de abrir os olhos da oposição, ele esclareceu que os 20 gabinetes odontológicos foram recebidos de emenda da deputada federal Amanda Gentil (PP), além de vários kits individuais para que os próprios odontólogos possam zelar para o serviço prosseguir sendo realizado por mais tempo; isso sem falar em kits de higiene bucal, sete caminhões de medicamentos para dar mais seguridade às unidades básicas de saúde, ao Hospital Municipal Gentil Filho, à UPA 24 Horas, reforma de UBS, reforma da Maternidade Carmosina Coutinho, entrega de ambulância, através da deputada Daniella (PSB), que veio somar com o trabalho da gestão de Fábio Gentil. Para ele, grandes benefícios para a cidade, que a oposição não tem a humildade de reconhecer e parabenizar.

Júnior concedeu apartes aos colegas Charles James (Solidariedade) e Darlan Almeida (PL). Charles, que é o líder da base do governo na CMC/MA, pediu respeito aos oposicionistas, no sentido de que mudem suas atitudes de falar, criticar e depois saírem no meio das sessões, deixando sem respostas suas argumentações. Já Darlan, comentou que ninguém sairá prejudicado com a reforma do Calçadão da Rua Afonso Cunha, porque a obra beneficiará a população caxiense com mais comodidade, e, em relação aos camelôs que ali trabalhavam, destacou que todos serão alojados no novo shopping feito especialmente para eles, onde terão toda segurança e conforto.

Ver. Darlan Almeida (PL)