No grande expediente da sessão ordinária do legislativo caxiense, segunda-feira, 22 de maio, o vereador Magno Magalhães (PL), abordou a problemática da educação no município de Caxias, no contexto estadual e nacional, e ganhou a companhia dos colegas Mário Assunção (Republicanos) e Darlan Almeida (PL), que em apartes à sua fala, contribuíram com argumentações em prol de melhorias que devem ser implementadas em Caxias.
Magno Magalhães, iniciando, mostrou a situação da educação no cenário estadual, que, segundo ele, vem ganhando um outro alento, através do trabalho que está sendo em posto em prática agora pelo governador Carlos Brandão (PSB) e o secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão (PT), que é premiar dignamente as escolas dignas do estado, tomando por base as escolas públicas de tempo integral. Ele citou o grande passo dado pelo chefe do executivo estadual ao assinar, recentemente (19 de maio), com o ministro da Educação Camilo Santana, em Brasília (DF), um grande pacto em prol do desenvolvimento da educação básica no país.
“O Maranhão é ainda um estado muito defasado em relação aos demais estados brasileiros no que tange a educação. Estamos cerca de 40 anos atrasados. Contudo, hoje, na Assembleia Legislativa do Maranhão, foi aberta uma frente de combate à pobreza, e, é impossível se falar em crescimento, em desenvolvimento, sem se falar em combate a pobreza – e isso foi um discurso trazido para esta casa pelo deputado Arnaldo Melo (PL), para mim o mais brilhante da Assembleia Itinerante em Caxias -, porque não adianta se falar em política sem falar de combate à principal mazela social de qualquer ser humano que vive neste planeta, e esse caminho não pode ser trilhado senão vislumbrando uma educação de fato”, explicou.
O vereador destacou que lhe chamava a atenção avaliar que, na década de 1980, quando Leonel Brizola (PDT) era governador do Rio de Janeiro, e seu secretário de Educação era o professor Darcy Ribeiro, já se falava por lá nos CIEPS, que eram as escolas de tempo integral, e só depois de 40 anos os maranhenses estejam falando agora em escolas desse padrão, como se fossem novidade. “Nossa defasagem é de, pelo menos, quatro décadas, mas ainda há tempo de nos recuperarmos, e essa recuperação ela passa pelo município, e o governador Brandão tem se mostrado muito receptivo à ideia, porque tem se mostrado um governador municipalista”, continuou.
Magno lembrou dos tempos do seu primeiro mandato na casa, quando participou de uma reunião com vários secretários de educação do estado do Ceará, exatamente em Sobral, visando trazer essa temática para Caxias. No entanto, refletiu que o Maranhão continua devendo muito à educação do estado, porque a região do leste maranhense continua ser a mais pobre e Caxias faz parte desse contexto, e a cidade do próprio governdor, Colinas, também faz parte desse contexto maranhense. Ou seja, para ele, Caxias, Colinas, Timon, e várias cidades do entorno, estão no bolsão de probreza do Maranhão.
Para corrigir isso, Magalhães entende que a educação de Caxias, para melhorar, precisa melhorar muito, já que no estado do Ceará a educação, tanto pública quanto privada, consegue colocar mais da metade de seus alunos nos vestibulares mais difíceis do Brasil, como é o caso do vestibular do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), e isso é prova da excelência e da qualidade da educação do estado cearense. “Hoje, lamentavelmente, das dez cidades mais pobres do Brasil, oito estão no Maranhão. Ou seja: para o Maranhão ficar ruim, tem que melhorar muito. Mas eu creio que pela vontade do governador Brandão, do vice governador, que também é o secretário de Estado da Educação, eu veja uma luz no fim do túnel, até porque hoje o ICMS educacional do Maranhão é o maior ICMS do Brasil”, concluiu.
Durante o seu pronunciamento, Magno Magalhães recebeu apartes dos colegas Neto do Sindicato (Republicanos), Mário Assunção (Republicanos) e Darlan Almeida (PL). Neto comentou que as prefeituras são os pilares para o combate à pobreza, justificando que é inadmissível nos dias de hoje ver-se pessoas que têm direito à bolsa escola e bolsa família sem esse direito. Para ele, começando o enfrentamento da problemática nos municípios, com isso a Câmara de Vereadores tem que estar vendo essa situação, e, consequentemente, resolvendo. E lembrou de um fato que está acontecendo no povoado Chapada, no 3º Distrito, onde pais de família estão pagando 250 reais para que os filhos possam terminar o ensino médio na zona urbana, mesmo sem condições.
Mário, para parabenizar o colega por ter trazido o assunto ao plenário, ele que, além de médico, é professor da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA. Na condição de médico veterinário e também professor universitário, Assunção enfatizou que chegou a hora de dizer que todo o dinheiro que é gasto na educação, não é gasto, é investimento.
“Eu acredito que nós precisamos discutir, dentro deste ano, principalmente a educação de tempo integral, que já é provado que é uma educação que dá maior qualidade. Contudo, também precisamos discutir também educações inclusivas, inclusive já abordamos o assunto com a professora Ana Célia Damasceno – secretária de educação do município – pensando em um projeto para administração municipal criar escolas pólo na zona rural, escolas de capacitações de técnicas agrícolas, porque a gente precisa aproveitar o potencial de cada região, tendo em vista fixar o homem do campo e reduzir o êxodo rural, e assim reduzir também as periferias da cidade. Mas, para isso acontecer, será necessário ensinar as pessoas a produzirem mais e em um espaço de terra cada vez menor; viabilizar para elas a agricultura mecanizada, moderna, e investir na agricultura familiar para que ela possa ter uma renda melhor”, vislumbrou o parlamentar, citando o exemplo de países da Europa e os Estados Unidos, onde os agricultores familiares de lá, em um espaço de um hectare, produzem muito mais do que os daqui, em 30 a 50 hectares.
Darlan Almeida, por sua vez, salientou que o tema sempre foi uma preocupação de Magalhães, desde o seu primeiro mandato, e observou também que, quando o vereador Neto do Sindicato (Republicanos) tocou na situação, ele, como membro da Comissão Permanente de Educação de Educação da CMC, vê que este é um assunto que, sem dúvida, terá que ser debatido e solucionado ainda dentro deste ano, em que pesem as melhorias que já estão sendo oferecidas no contexto da educação municipal, que já adota os melhores livros didáticos usados nas escolas particulares do país. “Mas há ainda problemas com o transporte escolar, alunos tendo que se deslocarem por muitos quilômetros para chegarem às escolas rurais ou da própria cidade, e temos que conversar muito sobre isso que o vereador Mário Assunção falou, porque educação tem que ser prioridade”, admitiu.