No grande expediente da sessão de 05 de junho de 2023, na Câmara Municipal de Caxias (CMC), prolongamento da última sessão de maio, três vereadores dividiram a tribuna da casa: Catulé (Republicanos), que estreou como mais um membro da bancada oposicionista, e Charles James (Solidariedade) e Júnior Barros, respectivamente, líder e vice-líder da base de apoio do prefeito Fábio Gentil (Republicanos) no legislativo caxiense.
O vereador Catulé comentou que em toda a sua vida política nunca tinha visto uma pessoa tão fria quanto o prefeito que está instalado em Caxias. Para ele, um homem que faz política em cima dos caixões dos mortos e até dos seus parentes, não importando com nada e nem com ninguém, traindo a todos.
“Esta semana, numa ação raivosa e desesperada, o prefeito foi à zona rural e demitiu todos os funcionários ligados ao vereador Catulé. Tudo isso porque não houve subserviência daqueles que não seguem a sua cartilha”, disse, relatando depois que o atual secretário de Infraestrutura do município tem 52 procurações feitas nos cartórios de Teresina, abocanhando terrenos do município.
O parlamentar informou no plenário que está preparado para responder e provar na justiça, se necessário for, tudo que estava dizendo, e alertou o prefeito Fábio Gentil que a Secretaria de Educação tem uma folha de pagamento paralela, com funcionários efetivos concursados que já morreram, onde até padre recebe seis mil reais sem prestar serviços.
Nessa folha, segundo esclareceu, há também pessoas que entregaram currículos na SEMEDUC, oferecendo o exemplo de uma cidadã que foi abrir uma conta no banco Santander, em São Paulo, e lá funcionário do banco informou-lhe que já possuía conta e que era servidora do Município de Caxias, fato que levou-a a fazer um protesto no órgão, assim que retornou à Caxias. De acordo com Catulé, a secretária de educação do município, antes de prestar contas com Deus, prestará contas com a justiça dos homens, pelas falcatruas realizadas.
Sucedendo o oposicionista no parlatório, o vereador Charles James iniciou respondendo a uma argumentação do vereador Luís Lacerda (PCdoB), que no pequeno expediente denunciou a precária merenda escolar que está sendo distribuída nas escolas municipais, confirmando que no bairro Bacuri as crianças da creche tinha merendado fatia de melão, na semana que passou, o que, para ele, era um alimento de baixa sustança para alimentar quem sai de casa às vezes sem tomar o café da manhã.
O líder do governo explicou que a merenda escolar distribuída nas escolas municipais provém da agricultura familiar do município, através de associações e cooperativas que fazem o repasse dos alimentos que são servidos aos estudantes da rede básica. Para o vereador, de forma alguma não é possível dizer que melão não é um lanche, e observou que a Secretária de Educação está fazendo um belo trabalho, muito embora nem tudo seja perfeito, já que todas as pessoas estão sujeitas a cometer falhas.
James garantiu que o trabalho da secretária, juntamente com o prefeito, já resultou na reforma de mais de cinquenta escolas do município, inclusive com a substituição de 20 unidades construídas em taipa, que hoje já são escolas edificadas em alvenaria, confortáveis e plenamente equipadas, para seus alunos e professores.
O parlamentar frisou ainda que o mesmo prefeito, que deu muitos empregos para vereadores indicarem, está hoje sendo taxado de ruim, traidor, perseguidor e corrupto. E realçou que, sempre que identificar acusações injustas, irá trabalhar para trazer a realidade dos fatos para o povo e para dentro do legislativo municipal.
Durante seu pronunciamento, Charles James recebeu apartes dos colegas de bancada Mário Assunção (Republicanos) e Darlan Almeida (PL), e também do vereador Luís Lacerda, por ter sido citado na ocasião.
Mário, repudiou o comportamento de alguns professores na plateia, por entender que faziam baderna e insultavam os vereadores presentes, cobrando o cumprimento do regimento interno da casa, que não abre espaço para qualquer manifestação de terceiros quando os vereadores estiverem discursando no plenário.
Darlan, pedindo mais respeito à CMC e irmanando-se à argumentação do colega em relação ao trabalho na educação municipal, sobretudo reformando e trocando antigas escolas de taipa por de alvenaria; enquanto Luís Lacerda sustentou que o atual gestor público de Caxias foi a pessoa que mais traiu, traindo Catulezinho, Paulo Marinho Júnior e até o prefeito de Tuntum, enfatizando, em seguida, que no cardápio da merenda escolar tinha que ter melão, mas que servir apenas um pedaço da fruta como merenda era inadmissível.
E, fechando o grande expediente, o vereador Júnior Barros começou lamentando o assassinato do policial sargento Dário, comentou depois sobre a campanha “Junho Laranja”, de combate e prevenção a acidentes que levem pessoas a sofrerem queimaduras, projeto de lei que já foi feito para ser instituído dentro do município de Caxias.
Barros concluiu sua fala dizendo que não se intimidará com discurso de quem quer que seja, mas pediu mais respeito na casa, especialmente quando oradores se manifestarem sobre situações projetando traições no plenário.