Na sessão ordinária de quarta-feira (8), o presidente da Câmara Municipal de Caxias (CMC), vereador Teódulo Aragão (PP), convidou os habituais frequentadores dos trabalhos do legislativo, bem como as pessoas que o acompanham pelas redes sociais, a participarem da Campanha Setembro Amarelo no âmbito do poder, que se iniciará com a apresentação de duas palestras no plenário da casa, nesta sexta-feira (10), a partir das 9 horas da manhã, Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, como parte das ações que visam conscientizar a população caxiense sobre o tema do suicídio, prática geralmente associada a problema de depressão nas pessoas.
Teódulo Aragão informou que a CMC, neste ano, irá patrocinar três rodadas de palestras ao longo do mês de setembro, sendo que a primeira abordará os temas “Quem cuida da mente, cuida vida!”, ministrada pelo psicólogo clínico/educacional, especialista em saúde mental e coordenador municipal da Rede de Atenção Psicossocial, Dr. Luís Fernando Rocha, e “Depressão no universo escolar”, exposição do ponto de vista do enfermeiro José Ytaciano Silva Bezerra, professor e especialista em saúde mental e coordenador do serviço CAPS AD III do município.
O presidente da CMC informou que a atividade contará com emissão de certificado digital, seja para os presentes na galeria do plenário da casa, ou para quem for acompanhar através da transmissão ao vivo, no sítio e facebook do legislativo caxiense.
Durante o encontro, a maioria dos parlamentares aproveitou a oportunidade para parabenizar o prefeito Fábio Gentil (Republicanos) e a secretária municipal de Educação, Ana Célia Damasceno, pela organização do evento comemorativo do Dia da Independência do Brasil, na terça-feira (7), diante da sede da Prefeitura de Caxias, onde foram homenageados os profissionais de saúde da cidade que estão trabalhando no enfrentamento da pandemia, e lembrados com saudade os professores, professoras e demais caxienses que perderam a vida vitimados pelo vírus covid-19. As manifestações relacionadas ao Dia da Pátria no país também foram objeto de posicionamentos dos parlamentares presentes e houve repúdio e aprovação a temas como democracia, governo federal e suprema corte do país, o Supremo Tribunal Federal (STF).
Expediente do Dia
No expediente do dia foi destacado o pedido do vereador Torneirinho (PV) à mesa diretora da CMC, reivindicando uma sessão solene especial para comemoração do Dia Municipal das Quebradeiras de Côco Babaçu, no próximo dia 22 de setembro, assim como o Projeto de Lei Nº 036, Processo Nº 050, de 08 de setembro de 2021, de autoria do vereador Antônio José Ximenes (Republicanos), que “Dispõe sobre procedimento de inspeção sanitária em estabelecimentos que produzem produtos de origem animal no Município de Caxias e dá outras providências”; o Projeto de Lei Nº 034, Processo Nº 048, de 08 de setembro de 2021, que “Estima a Receita e Fixa a Despesa do Município de Caxias para o exercício financeiro de 2022 e dá outras providências” e o Projeto de Lei Nº 035, Processo Nº 049, de 08 de setembro de 2021, que “Dispõe sobre o Plano Plurianual para o período de 2022 a 2025 e dá outras providências”, ambos de autoria do Poder Executivo Municipal.
Quanto a requerimentos e indicações protocolados na mesa diretora, à consideração do prefeito municipal, as demais proposições foram a seguintes: indicações do vereador Antônio Ximenes, sugerindo que o município construa uma escola no povoado Gameleira, e uma escola no povoado São Domingos, no 2º Distrito; requerimentos do vereador Antônio Ramos (Republicanos), reivindicando o recapeamento asfáltico da rua do Mangueirão e substituição da iluminação pública, trocando lâmpadas frias por lâmpadas de led, no bairro Vila Alecrim, o recapeamento asfáltico e asfaltamento das ruas do bairro Baixinha, como também a substituição das lâmpadas frias por lâmpadas de led da rua Saturnino Belo e toda a extensão da Baixinha, o calçamento intertravado, meio-fio e sarjeta nas ruas 1, 2,3,4 e 5, localizadas no bairro Seriema, por trás do Cemitério das Pedras, e operação tapa-buracos e limpeza pública no bairro Bacuri; e requerimentos da vereadora Cynthia Lucena (PP), pleiteando a realização de pavimentação e de melhorias em todas as ruas do bairro São Pedro, a construção de uma praça com academia ao ar livre no povoado Vitória,no 2º Distrito, e que a Citèlum realize a implantação de iluminação pública em cerca de 30 postes de energia existentes no povoado Barcelona, próximo ao povoado Engenho d’Água, no 2º Distrito.
Ordem do Dia
Em reunião que iniciou com o presidente do legislativo caxiense dando ciência aos espectadores que na data se comemorava o Dia Mundial da Alfabetização, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), e o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, que protege as formas de vida da Terra dos raios solares, na ordem do dia dos trabalhos foram votadas e aprovadas as seguintes proposições encaminhadas à consideração do Poder Executivo Municipal: Requerimentos do vereador Professor Chiquinho (Republicanos), reivindicando a implantação da iluminação pública e substituição de lâmpadas quentes por lâmpadas de led, no bairro Cohab, e a implantação de quebra-molas na rua do Piquizeiro e na rua senador Alexandre Costa, no bairro Mutirão; requerimentos do vereador Mário Assunção (Republicanos), solicitando serviço de recapeamento asfáltico e a instalação de uma lombada na rua São Pedro, trecho que dá acesso à avenida Central, no bairro Refinaria, com a finalidade de melhorar o tráfego de veúculos e o acesso de deslocamento da população; requerimento do vereador Gentil Oliveira (PV), pleiteando o calçamento de todas as ruas do bairro Vila Esperança; requerimentos da vereadora Cynthia Lucena (PP), pleiteando a construção de unidade básica de saúde no Conjunto Residencial Santa Teresinha, a trafegabilidade na rua da Amélia, no trecho entre os bairros Centro e Galiana, e a limpeza e a coleta de lixo no bairro Antenor Viana.
Pequeno Expediente
Sem oradores inscritos para usar a tribuna no grande expediente da sessão, os pronunciamentos dia foram anotados todos no pequeno expediente, com 12 parlamentares fazendo uso da palavra.
Audiência Pública e Quebradeiras de Coco
Primeiro a usar a palavra, o vereador Torneirinho começou estendendo convite à população caxiense a participar da audiência pública que a CMC realizará no dia 13 de setembro, a partir das 9 horas, com a empresa Equatorial Energia, para tratar de assuntos pertinentes aos problemas de energia elétrica do município, tanto na zona urbana quanto na zona rural.
O parlamentar, que também preside a Comissão de Transporte, Comunicação, Energia, Segurança e Defesa do Consumidor da CMC, informou que o uso da palavra na audiência também será facultado ao público, mas pediu que os participantes tragam provas concretas de suas denúncias, enfatizando que o encontro precisa resultar em um trabalho consistente com retorno plausível às aspirações da comunidade.
Em seguida, Torneirinho destacou que setembro é o mês das quebradeiras de coco, e pediu que a casa realize uma sessão solene no dia 22/09, para homenagear a classe, salientando que Caxias, que também faz parte da Região dos Cocais, se dedica à atividade de extrativismo da amêndoa do coco babaçu, e o segmento feminino é uma presença muito forte, apesar da mecanização e da industrialização que chegou às terras rurais do município.
Segundo o parlamentar, a classe das quebradeiras de coco de Caxias precisa de apoio do legislativo, para sobreviveram em um cenário no qual leis federais abriram muito as portas para grandes investimentos, ao ponto das pessoas que vivem da agricultura de subsistência estarem fadadas ao êxodo rural e até mesmo ao ostracismo, no futuro. Ele chamou a atenção do plenário para a proibição que alguns fazendeiros estão fazendo na zona rural com as quebradeiras de coco, impedindo-as de adentrarem nas propriedades para colherem as castanhas e sustentarem seus filhos.
No entender de Torneirinho, esse é o tipo de cultura que necessita ser perpetuada, porque todos sabem que a vida na zona rural não é fácil, mas quem está lá sabe sobreviver, e isso é importante para ajudar a evitar o êxodo rural, que só trará mais miséria à comunidade caxiense.
Demonstração de amor à pátria
Orador seguinte, o vereador Antônio Ramos (Republicanos) iniciou seu pronunciamento parabenizando a secretária de Educação do município, Ana Célia Damasceno, pela belíssima homenagem realizada no Dia da Independência do Brasil. Ele enfatizou que a maior demonstração de amor à pátria, no atual momento, era salvar vidas, e isso ficou muito bem ilustrado na homenagem oferecida pela Secretaria Municipal de Educação diante da sede da prefeitura do município.
Para ele, que também falou de seus requerimentos protocolados no dia, também foi uma honra assistir ao grupo de jovens Caxias Berço de Heróis realizar a apresentação que fez na cerimônia, correspondendo plenamente a uma proposição de sua autoria, do ano de 2018, que se tornou lei e facultou a existência da instituição.
Inspeção de produtos animais e escolas João de Barro
O próximo a usar a palavra foi o vereador Antônio José Ximenes (Republicanos), discorrendo sobre o projeto de lei que protocolara na data, que implica em criar normas de inspeção sanitária para produtos de origem animal no município. O parlamentar ressaltou que em 2001 já havia aprovado um projeto de lei sucinto sobre a matéria, porque a cidade não contava com nenhuma legislação na época para disciplinar a atividade e que fizesse a Secretaria Municipal de Agricultura inspecionar os produtos de origem animal de toda a natureza, a exemplo de carne, ovo, leite, dentre muitos outros.
Pedindo o apoio da bancada para aprovação do projeto de lei, Ximenes salientou que sem uma inspeção eficiente, muitos desses produtos podem estar levando a população a se contaminar, se preparados de modo indevido, sem os critérios de higiene necessários, por exemplo, assim como ser oferecidos com baixa qualidade à mesa das famílias caxienses. O controle se faz necessário, porque, no seu entendimento, no mundo de hoje em que vivemos as doenças estão se apresentando de todas as formas e, principalmente, sendo transmitidas por produtos de origem animal, como vaca louca e muitas outras que estão surgindo.
Para o vereador, as normas federais que regem o assunto devem ser regulamentadas dentro daquilo que compete ao município, e foi daí que nasceu a ideia de uma normatização adequada para Caxias, elaborada em comum acordo com o corpo técnico da Secretaria de Agricultura do município, para que se tenha na cidade o mínimo de critério necessário à fiscalização dos produtos de origem animal.
Ximenes falou depois a respeito das duas indicações que fez ao poder executivo, reivindicando a substituição das escolas modelo João de Barro, construídas em taipa nos povoados Gameleira e São Domingos, ambos localizados no 2º Distrito, justificando que os pleitos tinham a intenção de reforçar a ação que já foi determinada pelo prefeito Fábio Gentil (Republicanos).
Para o vereador, as duas escolas, assim como outras do mesmo tipo na zona rural, precisam ser substituídas porque não possuem as condições de desenvolver o ensino, uma vez que não oferecem o mínimo de conforto para seus professores e alunos. Ele ressaltou também que a sua expectativa é a de que o prefeito ponha em prática o que foi anunciado, garantindo que até o final da sua gestão não exista mais nenhuma escola João de Barro em Caxias.
Posicionamentos de apoio e repúdio às manifestações no Dia da Pátria
Ao se posicionar sobre as comemorações e manifestações alusivas à passagem do Dia da Pátria, ocorridas na última terça-feira, 7, no país e em Caxias, o vereador Gentil Oliveira (PV) mudou o tom dos discursos na bancada, até então circunspectos às demandas do município.
O parlamentar ressaltou a importância da data para todo o povo brasileiro, posto que se tratava da lembrança da independência nacional, mas destacou que as ocorrências verificadas na data o levaram a refletir sobre o fato do Brasil estar vivendo um momento, realmente, de conflitos entre os poderes, conflitos entre a esquerda e a direita.
Para ele, no entanto, se sobrepondo acima de todos esses conflitos, está a questão da economia do país, carente de ajuda. Lembrando a presença de venezuelanos em Caxias, nas ruas, nos semáforos do trânsito, pedindo ajuda, o parlamentar disse do resultado da política do país vizinho, que não está boa, e que os brasileiros precisam cuidar para que as coisas no país não evoluam para chegar ao nível do que está atualmente a Venezuela.
”Eu não estou aqui para defender nem A nem B, mas existem assuntos complexos, a nível de país, que já se refletem no nosso município”, enfatizou Gentil, revelando ter acionado o Conselho Tutelar de Caxias para ver a questão das crianças que hoje estão nos semáforos, avançando sobre as pessoas. Sei que existe a questão social, que essas crianças precisam de assistência, mas precisamos implementar políticas públicas, sendo necessário uma parceria conjunta com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social”, ressaltou, pedindo o apoio da titular da pasta, a secretária Ana Lúcia Ximenes, que destacou como competente e capaz de elaborar projetos duradouros para o futuro dessas crianças desassistidas.
O parlamentar concluiu sua participação apoiando e elogiando a propositura de inspeção sanitária do colega Ximenes, classificando-a como da maior importância para o município. E ressaltou que, assim, os pequenos criadores terão a oportunidade de criar e produzir com inspeção sanitária, a fim de que possam fornecer para o município, escoarem seus produtos, gerando renda e mais oportunidades econômicas no município.
Repúdio a agressões ao STF
As palavras do colega levaram o vereador Catulé (Republicanos) a usar o pequeno expediente da sessão a se posicionar contra os ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) ao Supremo Tribunal Federal (STF), durante atos convocados pelo presidente para o Dia da Independência.
“Ao longo da minha existência como gente, eu me guardava como eu acho que a população toda desse país para assistir um dos maiores eventos do nosso planeta, do nosso país, o 7 de setembro. Era onde nós podíamos ver, principalmente, as forças militares apresentando de melhor nas ruas, e os bons colégios e toda a rede de escolas se apresentando à população, mostrando disciplina e organização. Este ano nós vivemos e assistimos a população numa expectativa terrível para ver o que nós iríamos assistir o que estava se anunciando constantemente, um grande movimento. Não era uma grande passeata. Uma grande apresentação de produtores rurais, de caminhoneiros, enfim, de elementos que iriam aniquilar com a democracia do nosso país. De elementos preparados, era o que se anunciava, para agir contra as instituições democráticas do nosso país, sobretudo, com o Congresso, que é o feitor de leis, e os guardiões da Constituição que são os ministros do Supremo”, disse o parlamentar no início de seu discurso.
Segundo Catulé, “há pouco menos de três anos, o país sobre comoção elegeu um presidente da república irresponsável e inconsequente para comandar uma nação que vivia e continua vivendo com o desemprego, com o analfabetismo em taxa altíssima e, sobretudo, com a grande inflação. O país, revoltado por assistir atos grosseiros contra o ser humano, assaltos à luz do dia e, sobretudo a impunidade, isso levou a população a eleger um elemento que não sabia o que é economia e nem sabia o que era a lei. Ainda hoje quando o indagam sobre inflação, economia, sobre direito, ele diz: – fala com o meu Posto Ipiranga! Mas não ficou só por aí. Trouxe com ele uma quadrilha, é uma quadrilha porque os filhos todos é que são participes desta quadrilha para assaltar um país. E nós estamos vendo o nosso Supremo, o nosso Congresso Nacional, se atacar da forma mais sórdida que tem, pelo homem que dizia que não queria acordo com a velha guarda da política, por um homem que dizia que não queria o Centrão no seu governo; e hoje o comandante do Centrão, que carrega nas suas costas processo que vem lá de quando foi presidente da Assembleia Legislativa do Goiás; comandado também com direito a cargo Roberto Jefferson, que já foi preso várias vezes, nem se candidatar pode, e comanda um grande partido que foi fundado por Getúlio Vargas, o PTB; comandado também por um dos partidos que mais tem cargo, que é de Valdemar Alcântara, que é preso, que ainda cumpre com tornozeleira eletrônica. O ministro da Casa Civil, que é a maior posição no Governo Federal, responde a 12 processos; há três anos atrás a Polícia Federal, para que o Brasil todo visse, invadiu a sua casa no Piauí, no Rio de Janeiro e em Brasília”.
Catulé lembrou que o país vive com a maior taxa de desemprego de toda a sua história, e os aumentos abusivos continuam. Por que os homens de bem que administravam, que estavam em postos chaves, todos saíram para dar lugar aos militares. “Nada contra os militares. Mas nós tínhamos 220 cargos no Governo Federal ocupados por militares, hoje nós temos 6.700 ocupados, e muitos deles incompetentes, até o ponto de levar para o importante Ministério da Saúde, onde lá sim, só cabe um cidadão que saiba o que é a ciência. Eis o resultado: nós já chegamos a quase 1 milhão de mortos desse país; onde assistimos o estado do Amazonas virar um verdadeiro cemitério. E agora, nós assistimos os pequenos comerciantes, dona de salão de beleza, dono de oficina mecânica fechando, porque não pode pagar a taxa de luz. Gasolina chegando a quase R$ 7,00, e esse homem diz dizia que lá na Petrobras quem metia o dedo era ele; meteu o dedo sim, para botar um coronel inconsequente e irresponsável”, acrescentou.
“O povo brasileiro sabe a hora de agir, e o 7 de setembro que eles esperavam que seria uma grande adesão foi um verdadeiro fiasco. Mesmo sabendo que na política ninguém fica só, mesmo errado tem uma parcela que acompanha”, observou o parlamentar.
Catulé finalizou alertando que “nós, os brasileiros, temos que tomar uma decisão. E é por isso, esse desespero todo, que nós assistimos a cada pesquisa o presidente cai mais na impopularidade, porque nós temos o direito de reagir, de falar, de criticar, mas não temos o direito de agredir fisicamente e de pedir destruição total, principalmente, da Justiça. A Justiça do nosso país, queira ou não queira, nos últimos tempos têm sido mais célere, tem dado resposta mais rápida. É tanto que nós assistimos o homem mais rico da América do Sul passar três anos preso; assistimos governadores perdendo o mandato e ir para cadeia; presidente da república ir para cadeira; só presidente foram dois. Então, a Justiça está dando as respostas positivas. Esse ministro Barroso e esse ministro Alexandre de Moraes têm sido agredidos de forma violenta. Mas têm dado resposta com equilíbrio emocional. A Justiça não pode ser agredida. As instituições não podem ser agredidas da forma que nós estamos assistindo. Portanto, Deus salve a pátria!”.
Interdição militar é a dissolução do parlamento
Sucedendo o decano da casa, o vereador Professor Chiquinho (Republicanos) parabenizou o evento cívico realizado para marcar o Dia da Independência diante da Prefeitura de Caxias, organizado pela Secretaria de Educação do município, classificando-o como um evento simples, mas que não deixou passar em branco o 7 de setembro em Caxias e, completando tudo o que o colega houvera dito momentos antes, declarou:
“Hoje, vereador Catulé, eu gravei um vídeo justamente dizendo que nós não temos muito o que comemorar nesse país, nessa data, e o que mais me chama a atenção, completando tudo o que o colega falou, é que muitos parlamentares também vão para ruas invocando justamente a interdição por militares, não sabendo eles que a primeira decisão, quando há uma interdição, é a dissolução do parlamento, ou seja, o povo vai deixar de participar, deixa de ter autonomia porque não tem mais o seu representante. Hoje não estaríamos aqui, votando requerimentos, tomando ciência do projeto de lei do vereador Ximenes, porque é isso o que caracteriza uma intervenção militar, que pode até manter o chefe de Estado, que acho difícil, mas a primeira decisão é a dissolução do parlamento, que é justamente a voz do povo. Nós temos três poderes constituídos, o parlamento, o executivo e o judiciário, poder judiciário amplamente bombardeado nesse momento do 7 de setembro, por pessoas que se apresentam como salvadores da pátria, quando na verdade lutam pelos seus interesses individuais”, assinalou.
Prosseguindo em sua argumentação, Professor Chiquinho acrescentou: “Percebam quem estava lá, grandes empresários, grandes latifundiários, grandes produtores, que nesse período tem ganho muito dinheiro neste país. Percebam o peço do combustível, leiam, busquem, pesquisem a margem de lucro dos empresários que trabalham nesses setores que financiam e patrocinam movimentos dessa natureza. Estamos caminhando, senhoras e senhores, e não estou defendendo nem A nem B, não estou defendendo esquerda, não estou defendendo direita, não estou defendendo centrão. Meu partido é centrão, inclusive é um dos partidos mais atacados pelo atual presidente, porque não aceitava o centrão no governo. E hoje o centrão está em todas as esferas do governo. Os filhos do presidente estão todos filiados no centrão, e eu sou centrão, nós somos, Republicanos, do partido centrão, e se fala direita, esquerda, centro, começa-se a perceber a importância de um movimento que é uma alternativa que se busca neste país, que infelizmente a gente vê que nosso país está acéfalo. Você não vê uma liderança hoje que consiga pensar e dizer o seguinte: não quero esse, não quero aquele, porque ele também não me serviu, vamos construir uma nova história neste país! A gente não percebe isso, e essa falta de liderança no país nos traz à tona uma situação de ter a possibilidade de grandes confrontos no país, e até de confronto armado. Infelizmente visualizamos isso e a gente tem que estar atento, porque nós fomos eleitos pelo povo para defender os intereses da população de um modo geral, e não interesses privados, interesses particulares de quem quer que seja”.
E, continuando: “Fiquemos atentos à nossa democracia. Uma intervenção militar é simplesmente uma forma de calar o direito que se tem de falar, se expressar. Todo o movimento que foi feito ontem é direito, é um direito constitucional conquistado, de ir às ruas, de lutar por aquilo que se acredita. É um direito que nós conseguimos, de estarmos nas ruas, está certo, é esse direito. Mas esse mesmo direito vai ser tolhido caso haja uma intervenção neste país. E é contraditório. Como é que eu vou para rua, lutar para se acabe com o Congresso Nacional, se acabe o STF, e estão tirando o direito de eu me manifestar em outras situações, porque eu não posso mais, eu lutei por aquilo. Como é que se luta contra você mesmo! Eu nunca tinha visto isso!”.
Político não pode ser omisso
Professor Chiquinho avaliou que muita gente se argumenta nesse momento de pandemia, afirmando que faltou ao país uma liderança, um chefe, que chegasse, desde o começo, dizendo que estava comandando o país, e o país hoje precisa de uma liderança. Segundo ele, face a essa ausência, o STF teve que tomar a decisão, e agora a reclamação é a de que foi mandado dinheiro aos governadores e ocorreram desvios, fato que pode equacionado com a prisão dos envolvidos, dos que desviaram dinheiro público, e isso não se tira a responsabilidade de quem governa, está à frente do seu exército, posto que não lhe é dado o direito de se esconder no momento em que se mais precisou, ficando omisso.
Para o vereador, é nesse momento que se percebe que o momento vivenciado por todos não é o momento fácil para o país, onde tudo está mais caro, e andando pela periferia de Caxias é que se vê que as pessoas estão mais pobres, não tem o que comer, não tem o que fazer para se alimentarem. Ele salientou que com o preço do combustível chegando a 7 reais, tudo o que precisa ser transportado aumenta de preço, porque a malha viária do país é quase toda mobilizada para caminhões, frisando que o fenômeno é uma lógica de mercado.
Afirmando que acredita na democracia, em um país republicano, no direito de todos iguais, ele finalizou pedindo que os parlamentos do país comecem a discutir esse problema na sua base; que os vereadores tenham coragem de dar opinião, pois não é possível ficar omissos, mas ao lado do povo, esclarecer o que está acontecendo, e terem uma posição, porque político que não tem posição não merece ser representante do povo.
Antecipação do processo eleitoral
Colaborando com os discursos dos vereadores Catulé e Professor Chiquinho, o vereador Ricardo Rodrigues (PT) disse, em seguida, que as pessoas acompanharam no dia 7 de setembro, em nível nacional, movimentos nos quais o objetivo maior foi colocado de lado, uma vez que não se assistiu uma discussão para o restabelecimento da economia, ou para reestruturação da educação, no país, e muito menos a comida na mesa dos brasileiros. Para ele, o que esteve em pauta foi uma antecipação do processo eleitoral de 2022.
O líder o governo na CMC destacou que o presidente da República, a cada dia que passa, está se fragilizando, querendo arregimentar forças com a sua militância, e isso é muito ruim, grave e preocupante para os brasileiros, principalmente os mais desassistidos da sorte, que moram distantes dos grandes centros urbanos e muitas vezes não tem o acesso ao deputado estadual, ao deputado federal, a um vereador, enfim, uma pessoa que lute pela sua bandeira.
Ricardo ressaltou também que não cabe à classe política nesse momento, embora fazendo parte de algumas siglas partidárias, porque é necessário legitimar as candidaturas, defender uma agremiação ou outra hoje, à esquerda ou à direita, ou ao centrão, mas defender a democracia e o restabelecimento da ordem no país. Na sua opinião, a cada dia que passa, o nosso presidente, porque ele é o presidente de todo o país, coloca intrigas entre os poderes, no contexto de uma conjuntura que é formada pelos três poderes, a exemplo de Caxias, que é formada pelo prefeito, pelos vereadores e pelos juízes. “Já imaginou o que seria dos caxienses, se a Câmara de Vereadores estivesse em conflito com a Prefeitura e o Judiciário, mas é o que está acontecendo no nosso país”, questionou.
O vereador argumentou também que o presidente conseguiu se eleger em cima dos erros daqueles que estavam no poder. Para ele, não foi por inteligência, não foi por projetos, mas apenas dizendo que ia acabar com a corrupção, que ia acabar com os motins nos presídios, que não queria ver a política no seu governo, que ele chegou ao poder. “No entanto, já estamos chegando à próxima eleição e até hoje ninguém conseguiu vislumbrar até o momento um projeto para o nosso país. Embora fazendo parte de uma sigla partidária que já comandou o país por vários anos, não estou aqui para defender simplesmente uma sigla partidária, mas para defender os interesses da população caxiense e do nosso país. Não podemos aqui nos sentir diminuídos porque somos vereadores. Nós somos autoridades, porque o cidadão que vota tem o poder de decidir e é a autoridade maior do nosso país”, concluiu.
Todos devem brigar pelo que acreditam
Charles James (Solidariedade) também pautou o seu pronunciamento na sessão avaliando a conjuntura política do país. Lamentando o momento que a população está vivendo, pressionada por uma crise sanitária e dificuldades na questão que tange à saúde, ele iniciou parabenizando Caxias e a Secretaria Municipal de Educação, pelo grande evento do Dia da Pátria, onde estavam a Guarda Municipal, a banda de música Lira Municipal, as lideranças políticas do executivo e também do legislativo, evocando lembranças do auge do dia 7 de setembro, dos grandes desfiles ansiados pelas crianças que se preparavam para o evento com muita antecedência, ensaiando nas ruas o que iriam apresentar no grande dia da pátria.
O vereador parabenizou também as manifestações do dia 7 de setembro em todo o país, em prol da democracia, enfatizando que Caxias teve vários segmentos, como agricultores, empresários e a população em geral, que estiveram nas ruas defendendo a democracia. Em seu entendimento, defendeu que todos devem brigar, assim como falaram os vereadores Catulé e Professor Chiquinho, pelo que acreditam. “Sei que existe a briga entre a direita e a esquerda. Mas eu me coloco em defesa do meu país, das pessoas, não importa as instituições, porque as instituições elas tem que ser soberanas e tem que ser respeitadas em qualquer momento, e não queremos nós jogarmos a culpa de tantas mortes nas costas de um só”, assinalou.
E prosseguindo: “Houveram vários e vários equívocos saídos de executivo, mas também do judiciário. O presidente que não pode governar o seu país, ele é um presidente sem força. O presidente que manda verba para os estados, e os estados não reconhecem isso, é um presidente sem força. O presidente que é batido pela maior rede de televisão do país, pode se tornar para muitos um presidente sem força. Mas eu quero dizer que o que ganha, o que perde, não é o presidente Bolsonaro, não é o prefeito, não é a direita, não é o centrão, não é a esquerda, quem perde somos nós, brasileiros”.
Charles James frisou defender uma democracia de uma forma correta, na qual as pessoas lutam por aquilo que acreditam, ressaltando que até mesmo em determinado momento é possível errar, mas sempre se deve lutar pelo que acredita. Ele afirmou que poderia ser único a falar sobre isso no parlamento caxiense, porque lhe disseram que iria defender algo que os outros iam estar contra. No entanto, enfatizou que respeitava a palavra de cada dos seus pares na casa, o direito de cada um se expressar e defender suas posições, aquilo que está em seus corações, mas lembrando que a sua defesa não é em prol de Bolsonaro, e sim para que em breve o legislativo caxiense não fique tolhido no seu direito de representar e futuramente poder falar pelo povo do município. E concluiu entoando vivas ao país, ao Maranhão e à cidade de Caxias.
A crise é política desde que o presidente assumiu
Na mesma linha de raciocínio de Charles James, se expressou em seguida o vereador Darlan Almeida (PL), destacando que ao contrário de crise financeira, o Brasil vive em crise política desde o início que o presidente Bolsonaro assumiu a nação e os perdedores não aceitaram os desmandos que estavam no país, dinheiro saindo pelas cuecas, e hoje estão em desespero.
Para o vereador, foi dito na casa que os eventos de 7 de setembro foram um fiasco, tentando jogar a culpa nas costas de um ou de outro. Entretanto, a seu ver o país está mergulhado numa grave crise de saúde, por causa de uma doença que assolou o mundo, e não tem sido fácil administrá-lo, dada a sua condição de território continental com várias culturas e etnias, possuir várias regiões diferentes e ser constituído de pessoas alegres, que gostam de brincar, condições bem diferentes de lugares como a França, Portugal e Suíça, onde as populações são mais reservadas e obedecem as orientações.
No entender de Darlan, não é fácil para o presidente, não é fácil para os prefeitos, não é fácil para os governadores, não é fácil para os deputados, e também para os vereadores caxienses, enfrentarem uma pandemia que já conseguiu adiar milhares de cirurgias por todo o país, e as pessoas ainda procurarem condenar A, B e C. Citando um exemplo do Amazonas, estado que conhece bem, ele destacou que mesmo com a pandemia houve uma repórter da Globo envolvida com o marido numa fraude envolvendo a compra de respiradores, e fatos de tal natureza aconteceram no Brasil inteiro e até numa empresa, referência na região, instalada no vizinho município de Codó.
O parlamentar assegurou que não estava na sessão para defender ninguém e disse que só quer ver o país no caminho certo, ter mais ferrovias, mais transportes fluviais. Contudo, lembrando que feliz é a nação cujo Deus é o senhor, assegurou que, enquanto estiver trabalhando na Câmara Municipal, não irá retroceder, e que permanecerá dizendo não ao comunismo, não ao sistema cubano, não ao sistema da Venezuela.
Em defesa de políticas públicas, democracia e respeito aos poderes
Ao também fazer uso da palavra, o vereador Mário Assunção (Republicanos) defendeu políticas públicas, a democracia e o respeito aos poderes, ressaltando que “entre as agremiações partidárias e as brigas de ideologia política, temos que aprender a fazer uma coisa chamada de políticas públicas”.
“Somos uma democracia jovem, mas precisamos ser uma democracia sólida. Essa Casa de Leis, da qual nós hoje fazemos parte, é fruto de uma geração toda que morreu e lutou para que ela existisse, e a gente não pode jogar isso fora por ideologias partidárias ou por pensamentos políticos de forma diferente. O contraditório sempre vai existir”, lembrou o vereador.
Mário relatou que teve o prazer de assistir, no evento alusivo ao Dia da Independência, promovido pela Secretaria de Educação, uma homenagem aos professores que foram acometidos e que perderam a vida para o Covid-19. “Aquilo ali é uma prova cabal que se nós tivéssemos feito uma política pública de enfrentamento à Covid, como foi feito na Nova Zelândia, na Inglaterra, poderíamos não ter perdido tantas vidas”, acrescentou.
O vereador assegurou em seguida que não entende essa guerra de braço travada pelo Governo Federal, “que queria uma teoria idiota da imunidade de rebanho, que se chega em torno de 5% de perdas, e assim teríamos de 7 a 8 milhões de mortes por Covid-19 para se chegar à imunidade de rebanho. Então, realmente, temos que respeitar a ciência, temos que respeitar a democracia e temos que respeitar os poderes do nosso Brasil”, continuou.
“Fazendo esse trabalho, vamos fazer o Brasil que a gente quer, o Brasil que a gente sonha. Quero deixar registrado que eu lutarei como a geração passada lutou para que o Brasil fosse democrático. Eu lutarei até o fim para que essa democracia não seja jogada fora”, finalizou.
Elogios e indignação
O pequeno expediente ainda teve a participação dos vereadores Cynthia Lucena (PP) e Luís Lacerda (PCdoB).
Cynthia parabenizou o momento cívico de 7 de setembro promovido pela secretária de Educação Ana Célia Damasceno, agradeceu à prestadora de serviço Citèlum pela iluminação pública, a seu requerimento, implantada nos povoados Pau d’Arco, Laranjeira e Boa Vista dos Lima, e fez requerimento verbal ao prefeito reivindicando calçamento para a rua central do povoado Brejinho.
Já o vereador Lacerda voltou a trazer para o plenário da CMC os problemas da saúde de Caxias. Ele denunciou que a politicagem continua presente no meio da saúde caxiense, solicitando que o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, e o governador Flávio Dino (PSB) tomem providências contra o que está acontecendo no Hospital Macrorregional de Caxias, que é gerenciado pelo governo estadual.
Indignado com a situação, o parlamentar revelou que no Macrorregional há um estado de briga entre o Município de Caxias e a gestão do Estado, por transferência de leitos, e informou aos pares que lutou muito para conseguir um leito de UTI na unidade hospitalar, não conseguiu e o paciente que ajudava acabou falecendo. Segundo ele, as transferências de leito têm que acontecer para que os pacientes maranhenses não morram por causa da politicagem que impera nas unidades estaduais de saúde.