Conselho de ética, CPI, Procuradoria da Mulher, segurança pública e estacionamentos ilegais foram temas debatidos na sessão ordinária da semana

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A sessão ordinária híbrida de segunda-feira (7) na Câmara Municipal de Caxias (CMC), definiu que no próximo encontro dos parlamentares, marcado para o próximo dia 14, serão escolhidos, mediante eleição, o Corregedor e o Sub-Corregedor do legislativo caxiense. Cumprindo o regimento interno da casa, o presidente da CMC, vereador Teódulo Aragão (PP), informou a seus pares que, à exceção dos membros da Mesa Diretora, todos os parlamentares podem se candidatar aos cargos, desde que se inscrevam na Secretaria Geral, por meio de ofício, acompanhado de certidão negativa atestando que o pretendente não tem seu nome vinculado a processo judicial.

Antes da abertura dos pronunciamentos do pequeno expediente, quando a matéria foi colocada para ser decidida na Ordem do Dia da sessão, a vereadora Cynthia Lucena (PP) e o vereador Júnior Barros (PMN) eram os únicos postulantes que haviam protocolado suas inscrições para concorrerem aos cargos. Contudo, em razão de reclamação do vereador Daniel Barros (PDT), informando que havia pleiteado sua participação no pleito verbalmente, a reunião viveu um momento de tensão e quase foi suspensa, fato que não ocorreu porque o presidente Teódulo decidiu adiar o processo de escolha, recomendando que por todo o resto da semana as inscrições estariam abertas protocolarmente na casa.

Passando ao pequeno expediente, 13 vereadores usaram a palavra, cumprindo o tempo regimental de cinco minutos sem direito a apartes.

Primeiro a usar a palavra, o vereador Daniel Barros lamentou em plenário o falecimento da senhora Maria dos Remédios Santana Moura, membro de família tradicional da cidade, que falecera na data em Teresina, aos 64 anos idade, vitimada por problemas de saúde relacionados a uma cirurgia.

O líder da oposição trouxe a plenário o resultado de uma ação de solidariedade realizada no último domingo, no bairro Mutirão, que resgatou uma família da condição de extrema vulnerabilidade em que se encontrava, assolada pela fome e o desemprego. “Foi um momento muito emocionante da minha vida, em que pude constatar centenas de caxienses levando cestas básicas para uma família extremamente carente, inclusive sendo tomadas providências para empregar membro dessa família em um supermercado da cidade”, revelou, iniciando sua preleção.

Moção de repúdio e ação judicial

Continuando, o vereador pedetista pediu providências à Mesa Diretora para que o legislativo expeça uma moção de repúdio contra o dirigente do órgão que administra o setor previdenciário dos servidores do município, o CaxiasPrev, sob a argumentação de que um ofício de sua autoria, reclamando informações relativas ao extrato da conta do órgão, sequer conseguiu ser protocolado por membro da sua assessoria na entidade, na terça-feira passada, e muito menos por ele próprio, no dia seguinte.

Cientificando o presidente Teódulo Aragão e o líder do governo, vereador Ricardo Rodrigues (PT), a respeito da obstrução, Daniel Barros prometeu levar o desacato à sua autoridade de vereador à delegacia de polícia, por crime de prevaricação, caso o documento não venha a ser aceito no CaxiasPrev, em tempo hábil. “Quero somente que recebam o documento. E podem responder ou não”, ressaltou, salientando que o ato mostraria respeito à sua condição de vereador do município.

Daniel Barros declarou, em seguida, que após denúncia feita por ele na casa, contra a empresa do Sr. André Edward Gonçalves ME, o Ministério Público Estadual, através da 5ª Promotoria de Justiça de Caxias, havia visto que as suas reclamações não eram apenas falácias, mas exposições bem fundamentadas, e que a promotora Ana Cláudia Cruz dos Anjos, que as recebeu, optou por instaurar um processo administrativo para fiscalizar os serviços de saúde prestados ao SUS pela referida empresa, no valor global de 6 milhões, 232 mil, 825 reais e 54 centavos.

O vereador afirmou que a promotoria inclusive já solicitou ao governo do prefeito Fábio Gentil (Republicanos) a juntada de cópias do Contrato Nº 02/2017, Processo Administrativo Nº 816/2017, firmado entre a Prefeitura de Caxias e a empresa citada, e que a Secretaria Municipal de Saúde de Caxias encaminhe cópia do respectivo contrato vigente, assim como dos aditivos.
“Quando afirmei na sessão, fui bastante claro ao dizer que a empresa do Sr. André Edward ME funciona no mesmo local da empresa do primo do senhor prefeito, o Sr. Ermano”, salientou.

O líder da oposição falou também da possibilidade do legislativo constituir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para levantar as atividades da Fundação Humberto Coutinho. “Que façamos uma CPI para a Fundação, mas que façamos também na empresa do André Edward, porque eu sou vereador hoje, não sou vereador ontem, não. Eu respondo por meus atos hoje, e hoje é, sim, fiscalizar, e quem tiver seu rabo de palha que esconda. E não vai ser conselho de ética, a, b, c ou d, que vai me calar, porque quem está falando, aqui, não é bobo”, concluiu.

O orador seguinte, vereador Antônio Ramos (Republicanos), usou seu espaço de tempo para justificar os requerimentos que protocolara na data, através dos quais reivindicou à Prefeitura de Caxias a construção de uma ponte sobre o riacho Roncador, no povoado Barro Vermelho; a construção de um poço artesiano no povoado Sítio, abrangendo os povoados Belém e Vai-Quem-Quer; a construção de um bueiro no povoado Belém; e a construção de um bueiro no povoado Cantinho, todos localizados no 2º Distrito de Caxias.

A construção da ponte sobre o riacho Roncador, assim como a instalação dos bueiros, são, no entendimento do vereador, fundamentais para melhorar a trafegabilidade nas estradas da região, sobretudo em época de chuvas, enquanto que a instalação de um poço artesiano no povoado Sítio acabará com o transtorno que a comunidade vivencia atualmente, ao lidar com um poço tubular cuja vazão é sempre muito baixa no verão. Ramos também estendeu seus sentimentos ao engenheiro agrônomo Benedito Moura e família, pelo falecimento de sua esposa, a senhora Maria dos Remédios Santana Moura, na madrugada de segunda-feira, em Teresina.

Meio Ambiente

Sequenciando os pronunciamentos, o vereador Luís Lacerda (PCdoB) ressaltou a importância da comemoração que fora feita em todo mundo, no último dia 5, pelo transcurso do Dia Internacional do Meio Ambiente. Segundo o vereador, é primordial que as pessoas atentem para a necessidade de preservar o meio ambiente, e a primeira regra é respeitar o manuseio do lixo.

Lacerda explanou em plenário que reivindicou a atenção do prefeito Fábio Gentil para solucionar problemas demandados nos bairros Itapecuruzinho, Cangalheiro e Luíza Queiroz, onde o dilema maior é trafegabilidade nas ruas, que necessitam de reparação e pavimentação.

Apoio à Procuradoria da Mulher

Usando a palavra, em seguida, a vereadora Cynthia Lucena (PP) manifestou agradecimento ao prefeito Fábio Gentil e ao secretário de Saúde do Município, Carlos Alberto Martins, por haverem atendido sua indicação, propondo a inclusão dos profissionais de assistência social ao grupo prioritário para receber vacina contra covid-19.

Ela agradeceu também a seus pares pela aprovação do seu projeto de decreto legislativo, pedindo a criação da Procuradoria da Mulher, no âmbito da Câmara Municipal, iniciativa que, segundo ela, só irá fortalecer mais ainda as mulheres de Caxias, ampliando a rede de proteção ao gênero e, ao mesmo tempo, criando um espaço privilegiado de discussões relacionadas às políticas voltadas para o interesse feminino, abrindo-lhes mais espaço de participação.

Segundo ela, a Procuradoria da Mulher será um fórum de grande importância para o legislativo, e um ponto de recepção de todas as reivindicações que estejam relacionadas às mulheres caxienses. “Precisamos trazer mais mulheres para a política de Caxias, já que hoje nós somos apenas três parlamentares nesta casa”, justificou.

A vereadora revelou também a seus pares que na última quarta-feira (02) fizera uma visita ao povoado Lagoa do Centro, no Primeiro Distrito do município, próximo ao povoado Caxirimbu, e lá observou que a falta de iluminação pública é um grande problema na localidade. Ela reivindicou verbalmente à mesa diretora que protocolasse, em seu nome, uma propositura de sua autoria ao Poder Executivo, reclamando o atendimento daquela demanda da citada comunidade.

Cynthia Lucena, lembrando argumentação tecida na semana passada pelo vereador Professor Chiquinho (Republicanos), se colocou às ordens dos colegas para participar de uma eventual comissão parlamentar de inquérito (CPI) na saúde pública do município.

Inclusão de comerciários e feirantes

Falando depois, o vereador Júnior Barros (PMN) evidenciou pronunciamento, no qual parabenizou o vereador Teódulo Aragão, aniversariante do último domingo (06), e destacou a visita que o Vice-Governador do Estado, Carlos Orleans Brandão, fará ao município, no âmbito da qual receberá o título de Cidadania Honorária Caxiense, outorgado pelo Legislativo Municipal na legislatura passada, por iniciativa do vereador Sargento Moisés, então líder do governo na casa.

Barros reivindicou verbalmente a inclusão dos comerciários, dos feirantes do Mercado Central e das feiras livres da cidade, justificando que mesmo convivendo-se com a pandemia é necessário pensar-se também na importância de manter a economia do município em funcionamento, e que, segundo ele, a mola mestre, são os comerciários e os feirantes, que se encontram hoje em alto grau de vulnerabilidade, em face do contato direto com fornecedores e clientes.

O vereador do PMN informou à mesa diretora que já reivindicara a construção de uma faixa elevada para pedestres na área conhecida como Alto do Ipem, nas proximidades da empresa Coca-Cola, afim de controlar a velocidade dos condutores de veículos que passam em direção à ladeira do Barata.

Para Barros, a medida é necessária porque os condutores não tem consciência do perigo e não se contém nem com os dois quebra molas instalados à aquela altura da avenida Humberto Coutinho. Ele ressaltou o fato de que recentemente dois jovens se acidentaram no local com gravidade, e que um deles, pertencente ao seu quadro de amizades, acabou perdendo a vida.

Necessidade de CPI

O vereador acompanhou o pensamento do líder da oposição, Daniel Barros, e acha que é mesmo necessário a câmara fazer uma CPI na saúde, afim de serem levantados todos os aspectos. Mas discordou da afirmação do colega negando responsabilidades por fatos que aconteceram antes de Daniel se tornar um parlamentar com mandato na casa, já que fez parte do governo Léo Coutinho.

“Acho que tudo deve ser levantado, seja pelo promotoria pública, seja pelo próprio legislativo municipal, para que seja dada uma resposta à sociedade caxiense, e a Comissão Permanente de Saúde da Câmara deve dar o passo inicial nesse processo, porque o que se sabe é que vários milhões foram pagos pelo Governo do Estado a uma instituição, mas ninguém sabe como esses gastos foram feitos”, acrescentou.

Thyago Vilanova (Avante), orador seguinte, falou do seu pleito ao prefeito, relacionado à conclusão da pavimentação das ruas do bairro Luíza Queiroz, e recuperação das vias do bairro São Pedro São Pedro e adjacências. Para ele, foi uma surpresa o vereador Daniel Barros apoiar uma CPI na saúde de Caxias, e inclusive contra a Casa de Saúde e Maternidade de Caxias, que só este ano já recebeu cerca de três milhões e meio de reais. “Eleitos pelo voto popular, todos nós, aqui, temos o direito de estar fiscalizando”, sustentou.

Assaltos , roubos e vandalismo

Gentil Oliveira (PV) sucedeu Thyago Vilanova, e relembrou que na semana passada havia falado sobre a questão da segurança e do grande número de assaltos que estavam acontecendo em Caxias, relatando inclusive que os comerciantes estavam se sentindo acuados.

Para o vereador, no entanto, o problema está evoluindo mais, porque, se não bastassem os assaltos a motos, a celulares, também está virando praxe na cidade os pequenos furtos. Além disso, são muitos também os relatos de vandalismo que tem ouvido.

Segundo ele, a ação é realizada por meliantes, mas também por dependentes químicos, que passaram a arrombar os postos de abastecimento de água do SAAE para roubar os fios de cobre da rede de energia elétrica desses lugares, levando prejuízo às comunidades, que ficam privadas do fornecimento de água.

Para Gentil Oliveira, só no ano passado foram mais de 100 hidrômetros furtados, e neste ano o número já vai pela metade do que foi perdido no ano anterior. No seu entendimento, a t5ítulko de sugestão, a Comissão de Segurança da CMC deve se aliar à Polícia Civil e estabelecerem um serviço de inteligência, visitando principalmente os ferros-velhos, na tentativa de identificar quem são esses vândalos que intranquilizam a sociedade caxiense.

Mobilização social e retorno de competições

Oradora seguinte, a vereadora Ângela Machado (PTC) iniciou a sua preleção parabenizando o colega Teódulo Aragão, pelo transcurso do seu aniversário um dia antes. Depois falou sobre a ação popular que mobilizou toda a cidade de Caxias, no último domingo, em benefício de um casal que vem passando por muitas dificuldades no bairro Mutirão.

Para ela, foi um momento feliz que mobilizou, em ritmo de campanha, pessoas de todas as condições sociais e financeiras, e isso mostrou que o amor é superior ao ódio, a tudo. Ela parabenizou todos  que se envolveram no trabalho assistencial, e também a família beneficiada, que foi atendida até em grande quantidade, ao ponto de também fazer doações para outras famílias carentes.

Reconhecendo que as festas já estão acontecendo por todo município, os bares funcionando, com atendimento seguro e protocolo de proteção à covid-19, Ângela Machado conclamou os colegas esportistas do parlamento, o secretário de Cultura, Léo Barata, o secretário adjunto de Esportes, Adelson Pedrosa, a se juntarem a ela numa campanha pela volta das competições futebolísticas em Caxias.

Segundo a vereadora, por se tratar de uma atividade saudável, os esportes devem ser retomados nas quadras e nos campos de futebol caxienses, desde que respeitando todos os protocolos sanitários de segurança.

Por outro lado, ela disse também que aproveitará a estada do vice-governador Carlos Brandão na cidade, no fim de semana, para reivindicar um apoio maior do Estado ao efetivo de segurança pública de Caxias. “No Tamarineiro, onde moro, já estão atacando até de bicicleta nas ruas. Além da doença que mata, está em Caxias também essa falta de segurança pública, nos afetando”, considerou, argumentando que um aumento no efetivo policial da cidade traria a paz que a população está reclamando.

Saber pedir, para cobrar

O vereador Torneirinho (PV) usou a palavra para informar aos colegas que a Comissão Permanente de Segurança da CMC, sob a sua direção, tem trabalhado muito, até porque são muitas as demandas que estão chegando ao legislativo sobre o tema, nos últimos dias.  Para ele, entretanto, é preciso que haja mais entendimento das pessoas para cobrar, porque se fala em pandemia, em doença, mas todo mundo esquece que os policiais também são gente e que estão sujeitos a se contaminarem e adoecerem todos os dias.

De acordo com o vereador, a competência do fator segurança no Estado é do governador. Contudo, em razão das muitas demandas, a Comissão de Segurança da CMC já protocolou uma reunião com o prefeito Fábio Gentil, à qual estarão presentes também todos os representantes dos efetivos de segurança de Caxias, para tratar de diversas ações que dependem do poder executivo para ter agilidade. Dessa reunião, conforme frisou, sairá um documento que possivelmente será entregue ao vice-governador Carlos Brandão (PSDB), afim de que o mesmo conduza as reivindicações de Caxias, para o setor, ao governador Flávio Dino (PCdoB).

Torneirinho teceu agradecimentos ao prefeito pela vacinação contra a covid-19 que foi destinada ao pessoal que trabalha na limpeza pública de Caxias, e falou também de mais uma viagem que fez à zona rural. “Quando estou na zona rural, sinto uma sensação de impotência muito grande diante do que tenho visto. Mas não posso ficar parado, gasto o que tenho no bolso, faço o que posso, ajudando tapar buraco de estrada ou quaisquer dificuldades que vejo pela presente, porque o que não pode acontecer é ficarmos de costas para o povo”, assinalou.

A escolha para o conselho de ética

Participando também do espaço do pequeno expediente, o vereador Catulé (Republicanos) elogiou a participação da vereadora Cynthia Lucena momentos antes, considerando-a muito valiosa, dado que a parlamentar mostrou disposição para estar à frente da Procuradoria da Mulher, no legislativo municipal, um órgão para cuidar dos interesses das mulheres que habitam o município de Caxias.

Para o vereador, mais do que ninguém poderia estar à frente desse importante colegiado do que a própria vereadora Cynthia Lucena, porque, mais engajada com essa evolução de direitos que assumiu espaço no parlamento brasileiro, colaboraria para tirar esse tipo de responsabilidade da presidência da casa, da mesa diretora, que assim ficará livre para trabalhar com mais folga outros assuntos da sua ampla agenda de trabalho.

Catulé falou também sobre a instituição do conselho de ética da presente sessão legislativa, confirmou que não tem interesse em qualquer tipo de participação, mas destacou que sua dúvida, no momento, recai sobre a escolha dos membros, a forma como se processará a constituição do tal colegiado.

Em tom de advertência, ele disse:“O presidente da casa já nos disse como se processará a escolha. E me interesso por isso porque nessas três décadas em que estou nesta casa, eu tenho visto que o que serve hoje para o Chico, para o Raimundo, para a Maria, para o João, amanhã não serve para eles. E o que não serve hoje para o Chico, para o Raimundo, para a Francisca, amanhã serve para eles. Não sou contra, está lá no nosso regimento, mas a minha preocupação é saber quem vai ter a independência e quem vai comandar essas instituições. Só isso!”

O vereador admitiu, sem modéstia, que sempre soube se defender, ao longo de seus 30 anos de parlamento caxiense, reforçando que na casa já viu de tudo, e dizendo que do parlamento esperava tudo e não esperava nada. Depois, chamou a atenção para o sério problema da falta de estacionamento para veículos na área central de Caxias, e do pouco caso que algumas empresas estabelecidas na área comercial tratam a situação. A ocupação de uma travessa pelo banco Bradesco na área do entorno da praça Gonçalves Dias, segundo ele, é um exemplo disso, posto que, em vez de obstruir a rua com a tenda que montou no lugar, bem poderia usar o próprio estacionamento para atender seus clientes.

Estacionamentos ilegais

O vereador Antônio Ximenes (Republicanos), discursando em seguida, acompanhou o pensamento do colega Catulé, que o antecedera, e disse que a postura da agência bancária reflete um comportamento em escala maior do que já se tornou comum nas ruas de Caxias. Para ele, esse tipo de embaraço nos estacionamentos das ruas centrais da cidade não vem de hoje e começou quando as próprias autoridades passaram a ser demasiado atenciosas com alguns comerciantes, permitindo, por simpatia, o uso de cones ou cavaletes para demarcar vagas de veículos na frente dos estabelecimentos.

Lembrando que um dos deveres do vereador é exatamente fiscalizar, protegendo a população de abusos de quaisquer natureza, Ximenes acha um absurdo as pessoas usarem os bens públicos em proveito próprio. Ele disse que foi um dos vereadores que apoiou o fechamento de ruas no início da pandemia, destacando a ação que ocorreu na avenida Otávio Passos, para ajudar a prefeitura e a Caixa Econômica Federal quando dos primeiros pagamentos do auxílio emergencial.

Para ele, aquele tipo de situação emergencial não pode mais ser levado em conta. “Se as calçadas, por nosso código de postura, são um bem público de uso comum a todos, e não têm dono, imagine as ruas e avenidas, que são consideradas vias públicas”, questionou, frisando que a gestão municipal, através da secretaria adjunta de Transportes, tem que acabar com isso que está acontecendo por toda a cidade, para evitar que a ou b continuem erradamente desfrutando de privilégios, em prejuízo das pessoas que circulam, por exemplo, na área comercial, ou em qualquer outro lugar.

A respeito do exemplo oferecido pelo colega Catulé, Ximenes considera também a agência local do Bradesco como a agência bancária que trata mais mal os seus clientes. Para ele, ganhando turbilhões de dinheiro, o Bradesco já deveria ter até ampliado a sua agência, ou construído outra na cidade, para atender melhor seus cliente, do que se apossar de uma via pública em pleno coração de Caxias, usando-a comercialmente sem pagar impostos para o município, e contribuindo para piorar o congestionamento do trânsito na área central.

Falando depois sobre a questão da saúde no município, após parabenizar o trabalho da Comissão Permanente de Saúde da casa, o vereador Ximenes lembrou que falar de comissão parlamentar de inquérito é uma coisa muito séria, mas que, em determinados momentos, é uma ação que se torna providencial. Para o vereador, o governo Fábio Gentil herdou muita coisa ruim, principalmente na área da saúde.

Relatório pormenorizado

Admitindo também a sua participação no governo passado, citou que Caxias virou chacota nacional com o problema da maternidade da morte. Não obstante, por considerar que os recursos da saúde municipal são objetos de discussões que vêm de longa data, enfatizou que chegou a hora da CMC aprofundar suas investigações quanto à destinação desses recursos, para que a sociedade caxiense tenha o real conhecimento do que é processado dentro do sistema.

Ximenes falou do período quando a saúde foi municipalizada em Caxias, nos anos 1990, momento em que presidiu a CMC, ressaltando que o ex-prefeito Paulo Marinho passou por uma turbulência muito grande, porque os donos de hospitais particulares não queriam a municipalização da saúde, uma vez que tudo funcionava na base de AIH (autorização de internação hospitalar) reembolsável pelo Ministério da Saúde, e o dinheiro da saúde naquele tempo saía pelo ralo.

O vereador explicou que, quando se municipaliza a saúde, os recursos passam a ser geridos pelo município e também por uma comissão tripartite estadual, da qual participam representantes do governo federal, do Estado e do município. Ele ressaltou que a sociedade de Caxias precisa saber da  coisa estranha que aconteceu no final do governo passado, quando o governo estadual suspendeu os recursos que destinava para a UPA, e passou a pagar os recursos apenas de uma instituição, a Casa de Saúde e Maternidade de Caxias,  na ordem de milhões de reais, porque o grupo havia perdido as eleições.

Segundo ele, foi uma coisa errada, irregular, que aconteceu, porque o tratamento tem que ser isonômico para todos. Os pequenos laboratórios de Caxias, as pequenas clínicas, sendo pagas pelo município, enquanto a Casa de Saúde recebendo diretamente do Estado. A prefeitura de Caxias não ter procurado reverter a situação é outro fato, para o vereador, que também precisa ser esclarecido, e caberá à Comissão Permanente de Saúde da casa procurar os gestores da saúde, fazer um relatório, expondo o que aconteceu antes em cada órgão da saúde de Caxias, e o que está acontecendo hoje, revelando inclusive recursos recebidos, em que foram gastos, e emitindo opinião sobre qual a melhor forma do sistema ser conduzido daqui para frente.

Contra a liberação de eventos

O vereador Ricardo Rodrigues (PT), sucedendo Antônio Ximenes, destacou que o caso da tenda do Bradesco partiu de uma solicitação da própria população, com a finalidade de reduzir as aglomerações que vinham se formando no entorno da agência bancária situada na praça Gonçalves Dias, em dias de pagamento. Segundo ele, a Comissão Permanente de Saúde da CMC, agindo conjuntamente com a estrutura de trânsito e de segurança do município, reivindicou a instalação de uma tenda temporária para o local, mas o fez propondo que se fizesse a melhor escolha para atender as necessidades de todos, acrescentando que o pedido já foi reconsiderado e liberada a travessa à sua antiga trafegabilidade.

O parlamentar petista falou a respeito também do pedido de liberação das praças esportivas da cidade, reivindicado na sessão pela vereadora Ângela Machado, deixando claro que é totalmente contra, não ao esporte, mas ao que acontece hoje, não só em Caxias, mas em muitas cidades do Estado do Maranhão. Como presidente da Comissão Permanente de Saúde, disse que não pode concordar com a liberação de funcionamento de espaços para eventos.

“Nós estamos dois anos com a educação parada. De repente, você passa numa avenida e vê um bar lotado de pessoas bebendo, e observa também que as escolas estão fechadas para garantir a segurança dos alunos, dos professores, e de todas as demais pessoas que fazem parte da educação”, salientou, mostrando que a medida é um contrassenso e que sua adoção não teve a sua participação, até porque a comissão de saúde e o comitê de enfrentamento à covid-19, por meio de relatórios semanais, sempre têm alertado para uma posição de obediência ao momento que todos estão vivendo em Caxias, e que as pessoas, pensando em segurança,  devem refletir para o fato de que a pandemia ainda não acabou, assim como a população ainda não está toda vacinada.

Saúde deve funcionar como antes

O vereador Durval Júnior (Republicanos), em sua participação, parabenizou o vereador Teódulo Aragão, pelo aniversário ocorrido no último domingo, elogiando em seguida os demais colegas que o antecederam por terem abordado temas interessantes, com a intenção de produzir posições coerentes e corretas para os rumos que a cidade tem de tomar. Para ele, é dever de cada vereador estar sempre buscando saber o que a população almeja.

No que tange à administração municipal, Durval revelou que tem a certeza de que os recursos  da saúde estão sendo bem utilizados. Para ele, o que ocorre é que é um setor de muitos gastos, a ponto dos gestores se desdobrarem em manejar várias fontes de recursos para sustentá-lo,  e acrescentou que, com a pandemia, os gastos são ainda muito maiores, com medicamentos, equipamentos de proteção individual, testes de covid-19, todos os dias.

Sobre a possibilidade da abertura de uma comissão parlamentar de inquérito para a área da saúde, assunto debatido desde a semana passada, principalmente do dinheiro que passava pela conta da prefeitura e que hoje vem diretamente do Estado para a Casa de Saúde, para ele, é uma questão que o próprio prefeito tem que rever, porque a saúde do município de Caxias é municipalizada. Entende, por exemplo, que a partir do momento que os recursos não passam pelos cofres da prefeitura, para terem uma destinação correta, e não sofrem fiscalização, será necessário cobrar que toda a sistemática volte a acontecer como ocorria antes da derrota do prefeito Léo Coutinho.

Durval Júnior revelou que em seus encontros com o prefeito Fábio Gentil, sempre que lhe pedem para opinar sobre a melhor obra da atual gestão, a sua resposta é sempre que o prefeito transformou a Maternidade Carmosina Coutinho, modificando a condição de maternidade da morte, que tinha na época do prefeito Léo Coutinho,  em maternidade da vida.